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Bolsonaro volta a ameaçar STF: "Pode sofrer aquilo que não queremos"

Em 1º fala nos atos de 7 de setembro, presidente disse que quem age fora da Constituição, "ou se enquadra ou pede para sair"

Da Redação, com BandNews TV e BandNews FM

Em seu primeiro discurso nos atos de 7 de setembro, na manhã desta terça-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as últimas decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal falou em “prisões políticas” e disse que “não pode aceitar que uma pessoa específica da Praça dos Três Poderes continue barbarizando a população”.

“Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer aquilo que não queremos”, ameaçou o presidente, ao falar para uma multidão de apoiadores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 

Na análise de Sérgio Amaral, comentarista de política do BandNews TV, a fala é uma clara “ameaça golpista”, mas ele não vê apoio suficiente dentre a população e mesmo dentro das Forças Armadas para esse movimento de Bolsonaro.

O presidente discursou em um carro de som, ao lado dos ministros da Defesa, general Walter Braga Netto, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni.

Apesar de não nomear especificamente para quem era o discurso, as críticas do presidente nos últimos dias têm sido direcionadas ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes, além de direcionar a fala desta terça para o presidente da Corte, Luiz Fux.

Bolsonaro ainda disse que "todos juramos a Constituição" e, quem age fora dela, "se enquadra ou pede para sair". O presidente voltou a afirmar também que não vai aceitar qualquer medida ou qualquer ação que "venha de fora das linhas da Constituição".

“Nós não mais aceitaremos que qualquer autoridade, usando a força do poder, passe por cima da Constituição. Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer certeza que venha de fora das quatro linhas da Constituição”, afirmou. Depois tentou amenizar o tom de suas falas, mas voltou a criticar as últimas decisões de Moraes, ainda que sem mencioná-lo nominalmente.

“Não queremos ruptura. Não queremos brigar com poder nenhum, mas não podemos admitir que uma pessoa curve a nossa democracia. Não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade”.

O presidente confirmou ainda que fará novo discurso, que descreveu como “mais robusto”, nos atos pró-governo que acontecem na Avenida Paulista, em São Paulo, às 16h desta terça.

Presidente diz que haverá Conselho da República; presidentes de outros poderes não confirmam

Durante seu discurso,  presidente afirmou que participará do Conselho da República, uma reunião com os chefes dos outros poderes - Arthur Lira (Câmara dos Deputados), Riodrigo Pacheco (Senado) e Luiz Fux (STF) - nesta quarta (8), citando os atos de 7 de setembro, “para mostrar para onde nós deveremos ir”. 

Após a fala, Lira e Pacheco não confirmaram convites para o conselho, segundo apuração da BandNews FM. Citado por Bolsonaro, o presidente do Supremo Luiz Fux, não integra o conselho.

O Conselho da República é um colegiado criado na Constituição de 1988 e regulamentado por lei em 1990 que pode discutir temas como intervenção federal, estados de sítio e questões sobre estabilidade de instituições democráticas.

Vídeo: Rodrigo Pacheco defende Estado Democrático de Direito; assista

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