Brasil registra 191 acidentes com helicópteros em dez anos

Segundo Adalberto Febeliano, mestre em economia do Transporte Aéreo, muitos proprietários deixam de obter a certificação correta junto à Anac devido os custos

Por Cesar Cavalcante

A quantidade de acidentes envolvendo helicópteros vem assustando. Na última terça-feira (20), uma aeronave caiu em Barueri quando o piloto tentou fazer um pouso forçado. Sete pessoas ficaram feridas. 

Infelizmente, na maioria dos casos, há mortes. No Pará, três pessoas morreram com a queda de um helicóptero, que ficou desaparecido por dois dias. No início do ano, quatro pessoas, incluindo mãe e filha, não resistiram à queda de outro helicóptero que tinha como destino Ilhabela. O piloto encontrou mau tempo.

Na última década, o Brasil registrou 191 acidentes envolvendo helicópteros, quase 11% do total de ocorrências aéreas. 

No caso de Barueri, a aeronave não estava habilitada para táxi aéreo. As circunstâncias do voo e do acidente são investigadas. Para especialistas, tem sido muito comum a contratação de voos clandestinos, ou seja, sem autorização para transportar passageiros de forma remunerada. E há riscos.

“O particular, por exemplo, a regra de treinamento é mínima. Se você tem táxi aéreo, você tem um programa de treinamento voltado para essas aeronaves. Não serve você pegar um piloto com treinamento básico (...). A manutenção, se é uma aeronave privada, você leva na oficina. Se é táxi aéreo você tem que ter um técnico responsável, contratado seu, para fazer a supervisão da manutenção”, declarou Adalberto Febeliano, mestre em economia do Transporte Aéreo. 

Segundo o especialista, muitos proprietários deixam de obter a certificação correta junto à Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, devido aos custos envolvidos. “Você tem que ter um responsável técnico, piloto, chefe de segurança, uma série de profissionais que são custosos”, afirmou. 

Passeios como voos panorâmicos e transporte de passageiros que pagam pelo serviço se enquadram nessa categoria. “Você consegue consultar se aquela aeronave pela matrícula está autorizada para táxi aéreo. Se está com certificado de homologação válido. E, além disso, está escrito ‘táxi aéreo’”, pontuou Roberto Peterka, especialista em segurança de voo. 

Na última década, o Brasil registrou 191 acidentes envolvendo helicópteros, quase 11% do total de ocorrências aéreas. Também é possível obter informações sobre o piloto, diretamente com a empresa, e descobrir se ele está habilitado para voos comerciais.

“Você vai pedir para empresa e ela vai te fornecer todas as informações do piloto. Outro detalhe: em avião particular você pode ter um piloto privado que não pode fazer táxi aéreo. A licença do piloto é um dos fatores que você pode ver se ele é comercial”, declarou Roberto Peterka. 

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