O grupo extremista Hamas respondeu de forma oficial à proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos, aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas nesta semana. Segundo Israel, a resposta equivale a uma rejeição.
Segundo uma autoridade do Hamas, o grupo extremista apenas reiterou as exigências de longa data que não são atendidas pelo plano atual, ou seja, querem um cessar-fogo permanente e a retirada das tropas israelenses e reconstrução de Gaza, além da libertação dos palestinos presos em Tel Aviv. Israel afirma que só vai negociar a interrupção total quando todos os reféns forem libertados.
"Nós reiteramos nossa posição anterior. Eu acredito que não há grandes diferenças. A bola agora está com Israel”, declarou uma autoridade do Hamas, que não quis ser identificada, à agência de notícias Reuters.
Os Estados Unidos dizem que Israel aceitou a proposta, mas Tel Aviv não fez declaração pública. O país, que tem continuado os ataques no centro e no sul de Gaza, pontuou repetidamente que não se comprometeria a pôr fim à sua campanha em Gaza antes de o Hamas ser eliminado.
Uma autoridade israelense afirmou na terça-feira que o país recebeu a resposta do Hamas dos mediadores e que o grupo extremista “mudou todos os parâmetros principais e mais significativos”.
Hamas volta atrás sobre proposta de cessar-fogo
Um alto funcionário do Hamas declarou nesta terça-feira (11) que o grupo extremista aceita a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para cessar-fogo no conflito na Faixa de Gaza e está pronto para negociar detalhes.
Antony Blinken, secretário de Estado do governo Biden, pontuou que a declaração do grupo extremista “é um sinal de esperança”, mas ainda é necessária uma palavra definitiva de liderança do Hamas em Gaza.
Proposta aprovada pela ONU
O texto aprovado pela ONU, proposto pelos EUA, prevê três fases para o cessar-fogo, começando pelo fim da violência, a libertação dos reféns, retirada das forças israelenses de áreas populosas de Gaza e autorização para que os palestinos retornem às suas casas no enclave.
O período inicial também prevê a distribuição eficaz de ajuda humanitária em Gaza, incluindo unidades habitacionais fornecidas pela comunidade internacional. A resolução enfatiza que o cessar-fogo deve continuar enquanto as negociações prosseguirem.
A resolução ainda ressalta a importância de as partes aderirem aos termos da proposta e conclama todos os Estados-membros e a própria ONU a apoiar sua implementação.
O texto aprovado na ONU rejeita qualquer tentativa de mudança demográfica ou territorial em Gaza e reitera o compromisso com a visão de uma solução de dois Estados, onde Israel e Palestina vivam lado a lado em paz, com fronteiras seguras e reconhecidas, conforme o direito internacional e resoluções relevantes das Nações Unidas.
A guerra começou quando militantes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro do ano passado, matando mais de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 como reféns. A ofensiva aérea e terrestre de Israel em Gaza, que já dura oito meses, matou mais de 37 mil palestinos.