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Vereador Dr. Jairinho e mãe de Henry Borel são presos no Rio

Investigação indica que o parlamentar matou a criança, há um mês, e que Monique sabia das agressões

Da Redação, com BandNews FM, Bora Brasil e Jornal da Band

O vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e Monique Medeiros, padrasto e mãe do menino Henry, de 4 anos, foram presos na manhã desta quinta-feira (08) em meio às investigações sobre a morte da criança. A prisão temporária de 30 dias contra o padrasto e a mãe do menino Henry foi decretada porque Jairinho e Monique estariam atrapalhando as investigações e ameaçando testemunhas. As informações são do diretor executivo de jornalismo da Band e âncora da BandNews FM, Rodolfo Schneider, e de Clara Nery, no Bora Brasil.

Eles foram presos na casa de uma tia do vereador, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, por volta de 6h10 da manhã, no mesmo dia em que a morte de Henry completa um mês. Segundo um delegado envolvido no caso, a Polícia Civil conseguiu recuperar mensagens apagadas dos celulares dos suspeitos. Nelas, Monique admitiu o crime contra a criança.

Na residência o casal tentou se livrar de provas. Eles eram monitorados pelos policiais há dois dias. 

“O casal tentou se desfazer dos aparelhos celulares que estão utilizando atirando os mesmos pela janela. Obviamente nós conseguimos arrecadar esses celulares", explicou a delegada assistente Ana Carolina Medeiros.

As investigações apontam que o vereador é o responsável pela morte da criança, e que o político do Solidariedade vinha agredindo Henry há pelo menos um mês. Ainda segundo a Polícia Civil, Monique Medeiros sabia das agressões. 

Inicialmente, Jairinho e Monique diziam acreditar que Henry havia sofrido um acidente doméstico, ao cair da cama do casal. Mas, as perícias feitas pela Polícia Civil descartaram a hipótese. O laudo do IML constatou múltiplas lesões no corpo da criança. Segundo o documento, as causas da morte foram hemorragia interna e laceração do fígado.

Nesta semana a defesa do vereador e de Monique Medeiros pediu à Justiça a anulação das provas produzidas a partir da perícia em eletrônicos apreendidos com o casal e familiares. Os advogados alegaram que os celulares e notebooks, apreendidos no dia 26 de março, não foram lacrados antes de serem levados pelos policiais. Na semana passada, a Justiça já havia negado a mudança da delegacia e a suspensão das investigações.

A prisão, por enquanto, é temporária, por 30 dias. O casal foi levado de casa para a delegacia da Barra da Tijuca, onde Jairinho foi ouvido. De lá, os dois foram para o Instituto Médico Legal para exames de corpo de delito. Na viatura, Jairinho não quis falar com a imprensa. No final do dia, o vereador foi levado para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, enquanto Monique foi conduzida para uma cadeia feminina em Niterói, na região metropolitana.

Pai abalado e mensagens recuperadas

A recuperação de mensagens apagadas dos celulares do casal foi fundamental para a prisão. O processo só foi possível graças a um software israelense especializado, comprado recentemente pela polícia do Rio. Ele revelou uma troca de mensagens entre Monique e a babá, que relatou, em tempo real, uma sessão de tortura de Henry por Jairinho. Veja abaixo:

Em entrevista para a BandNews FM, Leonardo Barreto, advogado de Leniel Borel, pai de Henry, diz que o pai do menino está bastante abalado com a suspeita de que o menino era torturado pelo padrasto com conhecimento da mãe.

A defesa pede que um celular do menino, que ainda não foi entregue à polícia, seja periciado. “A informação da tortura traz uma nova personalidade”, avaliou o advogado. A defesa diz que o perfil sádico do casal estar sempre arrumado traça um link com a tortura, porque não demonstra nenhum sentimento com a morte do menino Henry.

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