Milei e Massa adotam táticas que ressaltam riscos de cada candidato na Argentina

Para um cientista político argentino, a sorte está lançada com os candidatos Javier Milei e Sergio Massa na corrida presidencial da Argentina

Da redação

Milei e Massa adotam táticas que ressaltam riscos de cada candidato na Argentina
Massa e Milei disputam eleições presidenciais na Argentina neste domingo (19)
Reuters

O medo disputa com a economia o lugar de tema central da mais acirrada eleição na Argentina desde a redemocratização, há 40 anos. Os dois candidatos, Javier Milei, tido como ultraliberal, e Sergio Massa, atual ministro da Economia, adotaram a estratégia de ressaltarem os riscos e a incerteza no caso de vitória do adversário. O cientista político Patricio Talavera, da Universidade de Buenos Aires, é direto na análise.

“Eles estão empatados, tecnicamente. Os dois candidatos têm de 1 a 2 pontos de diferença. Ainda temos um longo fim de semana pela frente com 8 a 10 pontos de eleitores indecisos. Então, basicamente, a sorte está lançada”, analisou o especialista.

No primeiro turno, Massa atacou o radicalismo de Milei, que prometeu dolarizar a economia, dinamitar o Banco Central e cortar subsídios na saúde e educação. O estilo agressivo de Milei fez sucesso entre os mais jovens e os mais pobres. É o caso do ambulante Carlos.

A Argentina precisa de uma pessoa nova, de algo diferente (eleitor de Milei)

Por outro lado, Milei assustou parte do eleitorado argentino, grupo que teme um crescimento ainda maior da instabilidade econômica.

Os direitos adquiridos são muito importantes, o casamento igualitário, mães da Praça de Maio contra a ditadura (eleitora de Massa)

Milei trocou de estilo no segundo turno. Nos últimos anúncios, diz que não privatizará a saúde e educação. 

A eleição presidencial acontece neste domingo (19), em meio a uma Argentina assolada por uma crise econômica grave A inflação é de 143% ao ano. A taxa de pobreza está em 40%. A escolha do próximo ocupante da Casa Rosada indicará que risco os argentinos decidiram correr nos próximos quatro anos.