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Onyx Lorenzoni diz que empresas podem exigir testes para os não vacinados: "É uma escolha"

Ministro diz que o intuito de proibir demissões de pessoas que não se imunizaram contra covid é evitar processo discriminatório

Da redação, com Brasil Urgente

Onyx Lorenzoni diz que empresas podem exigir testes para os não vacinados
Onyx Lorenzoni diz que empresas podem exigir testes para os não vacinados
Pedro Ladeira/Folhapress

O Ministro do Trabalho Onyx Lorenzoni anunciou nesta segunda-feira (1º) que o governo vai barrar a obrigação de vacina contra a covid-19 em empresas. A portaria de número 620 proíbe a demissão de funcionários que não apresentarem prova de imunização, mas, nesses casos, o contratante pode exigir o teste duas vezes por semana.

“Nós estabelecemos que não pode haver demissão pelo fato de a pessoa ter escolhido não se vacinar. Mas, em contrapartida, a empresa deve oferecer os testes e aí sim pode cobrar do funcionário, do colaborador, que ele se teste dentro do prazo regulamentar que hoje as autoridades do Brasil aceitam, que é de 72 horas. Então é uma escolha. A pessoa que não quer se vacinar vai ter que se submeter ao teste no mínimo duas vezes por semana. Senão ela não cumpre sua carga de trabalho com proteção”, explicou o ministro em entrevista no Brasil Urgente.

Lorenzoni explicou que a posição do governo Bolsonaro é estimular que todas as pessoas se vacinem, mas também respeitar a decisão individual de cada um. “Nenhuma vacina contra a covid protegem 100%. Mesmo havendo grande cobertura vacinal de uma população, a doença pode acontecer. Nesse caso, esse argumento serve para reforçar a posição do Ministério. O fato de uma pessoa ter tomado a vacina, não quer dizer que ela não possa pegar e transmitir a doença. Quando nós colocamos a opção para a pessoa fazer o teste, isso garante 72 horas de não transmissão, então é muito mais seguro do ponto de vista da identificação da doença”, pontuou.

A decisão foi tomada depois de casos recentes de funcionários que deixaram de ser contratados, foram demitidos ou sofreram ameaça de demissão por não terem tomado o imunizante.

De acordo com o ministro, o intuito é evitar um processo discriminatório. “A Constituição garante a todo cidadão brasileiro que ele não pode ser obrigado a nada que não seja constante em lei. Não há nenhuma que estabeleça que a carteira de vacinação é uma condicionante para o emprego ou em virtude da ausência dela sobrevém uma demissão de um trabalhador”, afirmou. E finalizou: “não podemos aceitar que haja qualquer tipo de discriminação de qualquer cidadão por conta de ele fazer ou nao fazer a vacina. Essa situação tem que ser respeitada”.

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