O texto da nova Constituição do Chile foi rejeitado por 62,55% dos eleitores em um plebiscito obrigatório realizado, neste domingo (5), em todo o país. Pelo menos 15 milhões de cidadãos estavam aptos a votarem pela aprovação ou não da nova Carta Fundamental que substituiria o conjunto de leis herdado da ditadura de Augusto Pinochet.
O texto era uma resposta aos protestos vividos no Chile em 2019, que provocaram centenas de mortos e danos a infraestruturas. Na ocasião, milhares de pessoas foram às ruas contra o governo de Sebastián Piñera para manifestações contra a desigualdade social e econômica no país.
Entre os pontos previstos, estão a extinção do Senado, além da criação de câmaras regionais e de tribunais de justiça especiais.
Um dos pontos mais polêmicos é o artigo 34, que estabelece que povos indígenas tenham direito a um governo próprio nas terras protegidas. O trecho, porém, não entra em detalhes caso as terras tenham riquezas minerais.
Outro destaque polêmico tem a ver com a pauta dos costumes, pois o texto prevê o direito ao aborto. O tema foi incluído na nova Carta Fundamental em junho deste ano.
Apesar das tensões recentes, o Chile desfruta de altos índices de prosperidade social e econômica. O país é o que tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina: 0,783, considerado alto.