Pelo menos 229 pessoas morreram após deslizamentos de terra no distrito de Gofa, no sul da Etiópia, iniciados na noite de domingo (21/07), informaram as autoridades locais.
A tragédia aconteceu em uma área rural, montanhosa e isolada, a mais de 450 quilômetros da capital etíope, Adis Abeba, após fortes chuvas atingirem a região.
Na manhã da segunda-feira, moradores e a polícia se reuniram no local para tentar salvar as vítimas do primeiro deslizamento. Foi então que um segundo deslizamento aconteceu, e as pessoas que estavam ali morreram, informou Kassahun Abayneh, porta-voz do distrito de Gofa.
Meskir Mitku, administrador-geral do distrito, afirmou à emissora estatal etíope que mulheres, crianças e policiais locais estão entre os mortos. "O número de mortos aumentou depois que as pessoas que vieram resgatar também ficaram presas", lamentou.
À medida que a buscas continuam, o número de vítimas dos dois deslizamentos ainda pode mudar, disse à agência Reuters um funcionário do governo, nesta terça-feira (23/07).
"Ainda estamos cavando"
Imagens publicadas pela administração local mostram pessoas desenterrando corpos com pás e com as mãos, carregando corpos em macas improvisadas, alguns embrulhados em plástico.
"Inicialmente, quatro famílias foram afetadas pelo deslizamento de terra e, posteriormente, as famílias da área foram mobilizadas para salvar vidas", disse à AFP Firaol Bekele, diretor na Comissão Etíope de Gestão de Risco de Desastres.
"Estamos em forte solidariedade com o povo e o governo da Etiópia, à medida que os esforços de resgate continuam para encontrar desaparecidos e ajudar os deslocados", disse o presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, na rede social X.
O chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que é etíope, disse que uma equipe da OMS foi enviada para apoiar os afetados pela tragédia.
A Etiópia, segundo país mais populoso da África, com cerca de 120 milhões de pessoas, é altamente vulnerável a catástrofes climáticas, incluindo inundações e secas.
"À medida que a região continua a enfrentar os duros impactos das mudanças climáticas, pedimos a todos que se mantenham vigilantes e sigam protocolos de segurança para proteger vidas e prevenir futuras tragédias", disse Workneh Gebeyehu, secretário executivo da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, bloco comercial regional.
sf/ra (Reuters, AFP)