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Enem, 25 anos: história do exame registra fraudes, erros e reforço na segurança

As inscrições para o Enem 2023 serão abertas nesta segunda-feira (5). O prazo vai até o dia 16. As provas este ano serão nos dias 5 e 12 de novembro

Por Paulo Guilherme Guri

Participantes do Enem esperam para realizar o exame
Participantes do Enem esperam para realizar o exame
Rovena Rosa/Agência Brasil

Ao longo dos seus 25 anos de história, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou por escândalos como roubo de provas da gráfica, erros de impressão dos cadernos, vazamento de questões e problemas para acessar o sistema de inscrições. As medidas de segurança foram sendo aprimoradas para tornar a prova que reúne milhões de estudantes do ensino médio em busca de vagas em universidades o mais idôneo possível.

As inscrições para o Enem 2023 serão abertas nesta segunda-feira (5). O prazo vai até o dia 16. As provas este ano serão nos dias 5 e 12 de novembro.

O primeiro grande escândalo aconteceu em 2009, quando o Enem foi reformulado e passou a servir de “vestibular” para as universidades. Um grupo invadiu a gráfica responsável pela impressão da prova dois dias antes do exame e furtou os cadernos. Os bandidos tentaram vender a prova para veículos de comunicação, sem sucesso. Uma reportagem de “O Estado de S. Paulo”, da jornalista Renata Cafardo, denunciou a fraude. Por causa do vazamento, o MEC cancelou a prova e remarcou o Enem para dois meses depois. O ministro da Educação era Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda do governo Lula.

No ano seguinte, o tema da redação vazou. Uma mulher que aplicaria a prova em Remanso (BA) conseguiu ver o tema e ligou para o marido avisar o filho, que faria o Enem dali duas horas. A prova foi mantida.

Em 2011, alunos de um colégio de Fortaleza (CE), fizeram questões do Enem no meio do ano em um pré-teste usado para ‘calibrar’ o nível da prova. Segundo denúncia do MEC, um professor vazou este pré-teste e criou apostilas para os alunos se prepararem para o Enem. No dia da prova, 16 questões que estavam no pré-teste apareceram no exame oficial. O caso foi a público e os alunos do colégio tiveram de refazer o Enem.

Em 2013, um total de 1.522 candidatos foram eliminados no Enem por uso de pontos de escuta, porte de equipamentos eletrônicos, consulta a conteúdos externos e outras tentativas de fraude durante a realização das provas.

Em 2014, o tema da redação também foi antecipado momentos antes do início da prova em um vazamento ocorrido no Piauí. A prova foi mantido.

Em 2019, uma foto da prova de redação circulou pelas redes sociais logo após o início do exame. Segundo o MEC, o vazamento teria ocorrido em Pernambuco. A prova foi mantida.

Mais segurança

Para evitar fraudes como essas, o MEC investe em segurança para garantir a confiabilidade do Enem. A operação mobiliza mais de 70 mil profissionais em todo o país para monitorar toda a logística do exame, desde a saída dos cadernos da gráfica, escolta de malotes, rotas de distribuição, locais de armazenamento e realização de provas. Participam da operação as secretarias de Segurança Pública dos estados, Forças Armadas e Polícia Federal.

Lacres eletrônicos são usados nos malotes das provas. Desde 2014, os locais de prova contam com detectores de metal. Os candidatos não podem levar relógios de pulso e devem guardar os celulares em envelopes lacrados. Desde 2016, um sistema de coleta de dados biométricos foi implantado para garantir que o candidato que fez a inscrição é o mesmo que está lá fazendo a prova. 

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