“Não há mais tempo a perder nem desculpas de qualquer parte para mais atrasos”, diz o comunicado do Egito, Catar e dos EUA, ao final do segundo dia de negociações para um cessar-fogo e troca de reféns por prisioneiros em Gaza.
Uma proposta foi apresentada nesta sexta-feira a Israel e ao Hamas, “preenchendo lacunas restantes de uma forma que permite uma implementação rápida do acordo”.
Os mediadores trabalharão nos detalhes técnicos nos próximos dias. O comunicado acrescenta que “altos funcionários dos nossos governos se reunirão no Cairo no final da próxima semana para concluir o acordo nos termos hoje (esta sexta-feira) apresentados.”
Parte da nova estratégia de impedir a procrastinação de um acordo pelo governo do primeiro-ministro Netanyahu e pela liderança do Hamas, em Gaza, o secretário de Estado Antony Blinken chega no domingo a Israel.
O Hamas declarou que a proposta apresentada não respeita o que foi acordado em reuniões anteriores, indicando, talvez, que não a aceitará. Israel ainda não reagiu oficialmente ao rascunho que seus representantes levaram para Jerusalém. Para o primeiro-ministro Netanyahu, um acordo pode significar a queda de sua coligação governamental. Mas o presidente Biden entra nesta sexta-feira em cena, falando ao telefone com os mediadores do Catar e do Egito.
A imposição de um acordo surge quando uma guerra regional paira sobre o Oriente Médio com as retaliações prometidas pelo Irã e Hezbollah pelo assassinato de dois líderes por Israel em Beirute e Teerã. A Força israelense testou nesta sexta-feira o reabastecimento de seus caças para ataques a longa distância, e o divulgou, com fotos, para indicar que não só está em alerta máximo para se defender, mas que também passará à ofensiva se atacado.
O momento é também muito grave na Cisjordânia, onde colonos judeus atacam cidades palestinas, provocando morte e incêndios, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, anunciou a criação de mais uma colônia em terras conquistadas em 1967 e designadas como Patrimônio Mundial da Humanidade, pela UNESCO.
Em Gaza, onde já morreram mais de 40 mil pessoas (entre elas 17 mil combatentes do Hamas, segundo Israel), tropas israelenses, neste 315º dia de guerra, ordenam novos deslocamentos de civis para perseguir grupos armados que reocuparam locais de onde foram expulsos.
No norte de Israel, um de dois drones despachados pelo Hezbollah foi interceptado, enquanto outro caiu na comunidade de Kela, atiçando mais um incêndio florestal.