Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, foi solto no fim da noite desta quarta-feira (7) após pagamento de fiança de R$ 1,1 mil.
Ele ficou nas dependências da Polícia Legislativa do Senado por pouco mais de cinco horas após o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), decretar sua prisão por “mentir em perjúrio” durante depoimento à comissão mais cedo.
Dias deixou o local acompanhado de sua advogada por um acesso alternativo e sem falar com a imprensa.
Ainda não se sabe o teor das falas de Dias após a prisão decretada na sessão. Ou seja, ainda não se sabe se ele mudou a versão dada na CPI.
O ponto mais polêmico do depoimento na comissão do Senado foi a explicação do contato com Luiz Dominguetti. Dias afirmou que estava tomando um chopp em um restaurante de Brasília quando apareceu uma pessoa que ele não conhecia vendendo vacinas, que era o policial e representante da Davati.
“Ele está mentido desde manhã, dei chances para ele o tempo todo, pedi várias vezes. Os áudios do Dominguetti são claros. Ele vai sempre arranjar uma desculpa. Ele não quis dizer o porquê foi tirado do cargo, o porquê tentaram tirá-lo da primeira vez, o porquê trocaram dois assessores diretos seus. Sempre se recusando a responder. Aqui o senhor fez um juramento. Então, estou pedindo: chame a polícia do Senado, o senhor está detido pela presidência da CPI”, disse Aziz mais cedo ao dar voz de prisão.
Após a voz de prisão, passaram a ser veiculados áudios de Dominguetti em posse da CPI que contradiziam a versão do ex-diretor do Ministério da Saúde sobre o encontro com o policial para a negociação de doses das vacinas.
Senadores de oposição criticaram a voz de prisão, justificando que outros depoentes também mentiram diante da CPI e não foram presos. Governistas consideraram a decisão de Aziz ilegal e tentaram reverter a medida, sem sucesso.
Para Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS), o ex-funcionário do Ministério da Saúde devia ser acareado com o ex-secretário-executivo Elcio Franco, envolvido nas denúncias.
"Não aceito que a CPI vire chacota", diz Aziz após pedir prisão de Roberto Dias; assista