Três pessoas foram detidas e logo em seguidas liberadas nesta segunda-feira (03/06) em Paris, enquanto aguardam o resultado da investigação sobre quem teria colocado cinco caixões aos pés da Torre Eiffel, no sábado passado.
Os serviços secretos franceses desconfiam que a ordem tenha vindo da Rússia, que declarou nesta terça-feira não interferir em assuntos internos da França.
De acordo com promotores parisienses, os três detidos, que são cidadãos da Bulgária, da Alemanha e da Ucrânia, colocaram os caixões falsos, cobertos com uma bandeira francesa com os dizeres "soldados franceses da Ucrânia" e preenchidos com gesso, no Quai Branly, perto do monumento parisiense.
O motivo não está claro. A França está em seu nível máximo de alerta antes dos Jogos Olímpicos, de 26 de julho a 11 de agosto em Paris.
Nesta segunda-feira, os três homens foram interrogados por um juiz de instrução. A promotoria argumentou que colocar caixões aos pés do monumento de Paris que milhões de turistas visitam todos os anos "é um ato de violência psicológica" e causou aos funcionários do monumento e a outros "uma incapacidade de trabalhar", disseram autoridades à agência de notícias AP.
No entanto, o juiz de instrução não apresentou acusações. Os três acusados permanecerão em liberdade enquanto aguardam as investigações.
Os detidos no incidente da Torre Eiffel incluem o suposto motorista da van usada para transportar os caixões, um búlgaro, bem como duas pessoas associadas a ele – um alemão e um ucraniano – ambos detidos quando se preparavam para pegar um ônibus para Berlim, disseram as autoridades.
O motorista, que havia chegado da Bulgária na noite anterior, disse à polícia que lhe haviam pagado 40 euros para deixar os indivíduos e a carga no local, disse um investigador. Os outros dois detidos disseram à polícia terem recebido 400 euros, segundo a imprensa francesa.
A França debate enviar militares para a Ucrânia para treinar soldados ucranianos, apesar das preocupações de alguns aliados e das críticas da Rússia.
O jornal francês Le Monde, citando documentos de segurança, informou que os três homens estiveram em contato com um homem suspeito de ter pichado mãos vermelhas no Memorial Shoah de Paris, um museu do Holocausto, em meados de maio.
Depois que o motorista búlgaro da van foi preso, perto da torre, uma busca em seu telefone celular encontrou uma ligação telefônica com outro homem búlgaro, que se acredita estar envolvido na pichação do memorial do Holocausto, disse um policial.
Em novembro, promotores franceses abriram uma investigação para saber se um casal de moldavos que admitiu ter pintado estrelas de Davi nas paredes de propriedades parisienses, em outubro, o fez a mando de alguém no exterior.
Após notícias sobre os moldavos terem sido orientados por um indivíduo na Rússia, os promotores disseram que alguém do exterior havia se comunicado por telefone com os dois em russo.
Em outubro, logo após o ataque terrorista do Hamas a Israel, foram pintadas estrelas de David em várias fachadas de edifícios na região parisiense. As autoridades francesas responsabilizaram o serviço de segurança russo FSB por esses incidentes, pelos quais foi detido o casal moldavo.
as (AP, AFP, Lusa)