Governadores começam a adotar medidas contra bloqueios de rodovias provocados por bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Reeleito em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) disse que as forças de segurança do estado vão desobstruir qualquer estrada interditada.
As ações estaduais iniciam após decisão desta terça-feira (1º) do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em autorizar a ação das Polícias Militares e demais forças estaduais de segurança contra os manifestantes. A ordem fala em multa de R$ 100 mil por hora e prisão contra caminhoneiros.
Em publicação nas redes sociais, Zema reconheceu a vitória de Lula, do qual é opositor. O mineiro, após o primeiro turno, declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro em Minas, segundo maior colégio eleitoral. O estado é decisivo nas eleições.
“Solicitei às nossas Forças de Segurança para desobstruir qualquer via ou estrada interditada por manifestações. A eleição já acabou, temos que assegurar o direito de todos de ir e vir, e também que mercadorias cheguem onde precisam para não haver desabastecimento. Vamos cumprir a lei” disse Zema.
Rio de Janeiro e São Paulo
Os governadores do Rio de Janeiro e São Paulo, ambos apoiadores de Bolsonaro, também decretaram ações das forças estaduais de segurança contra os bloqueios. Rodrigo Garcia (PSDB), por exemplo, disse que badernas não impedirão o reconhecimento do resultado das urnas.
“São Paulo respeita a democracia, o Estado Democrático de Direito. Não vai ser manifestação ou baderna que vai fazer com que a sociedade não reconheça o resultado das urnas”, discursou Garcia na manhã desta terça-feira (1º) antes de conceder entrevista coletiva.
Paraná
O governo do Paraná, sob a liderança de outro bolsonarista, o governador reeleito Ratinho Jr. (PSD), emitiu nota em que informa ação da Polícia Militar contra os manifestantes, em obediência à ordem do STF. Segundo o texto, o Brasil precisa ser pacificado.
“O direito de livre circulação no território nacional é uma garantia do povo brasileiro. É momento de pacificar o Brasil. As eleições de 2022 ocorreram de maneira democrática e a decisão soberana das urnas precisa ser respeitada”, pontuou a nota do governo do Paraná.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, o governador Ranolfo Vieira (PSDB) chamou os bloqueios das rodovias de ilegais e determinou aja para a desobstrução imediata das estradas. O gestor também criou um gabinete de crise para conter a situação.
“Sobre os bloqueios ilegais que ocorrem nas estradas do RS, minha ordem às forças de segurança estaduais é para agir e efetuar os desbloqueios de forma imediata, conforme indica a lei. Não vamos permitir que essa situação permaneça e prejudique o povo gaúcho”, escreveu o governador em uma rede social.
Maranhão
O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), disse que a PM do estado já desobstruiu rodovias em quatro cidades hoje. Na última segunda-feira (31), o único acesso terrestre que liga a Ilha de São Luís, onde está localizada a capital, ao continente foi fechada. Segundo o gestor, o desbloqueio aconteceu na noite de ontem.
“A entrada de São Luís já foi desbloqueada pela nossa polícia. Seguimos atentos à situação no Maranhão e não permitiremos desrespeito com o processo democrático. Reforço que o momento é de união em prol do desenvolvimento e da pacificação do país”, disse Brandão.