O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na manhã desta terça-feira (19) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Para ele, a guerra na Ucrânia escancara a incapacidade coletiva dos países que fazem parte da ONU de alcançar a paz.
A declaração do líder brasileiro foi feita no plenário da Assembleia Geral, que contou com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Os políticos vão se reunir para uma bilateral nesta quarta-feira (20), em Nova York, o que marca o primeiro encontro presencial dos líderes.
No discurso feito na Assembleia Geral, Lula afirmou que nenhuma solução duradoura será encontrada no leste europeu “se não for baseada no diálogo”.
“A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo”, disse Lula.
O petista afirmou durante o discurso que não haverá “sustentabilidade nem prosperidade sem paz”. “Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana. Conhecemos os horrores e os sofrimentos produzidos por todas as guerras. A promoção de uma cultura de paz é um dever de todos nós. Construí-la requer persistência e vigilância”, pontuou.
Lula criticou os investimentos feitos em armamentos para nações em conflito e pouco em desenvolvimento. “No ano passado, os gastos militares somaram mais de USS 2 trilhões. As despesas com armas nucleares chegaram a US$ 83 bilhões, valor 20 vezes superior ao orçamento regular da ONU”, reforçou.
Para ele, estabilidade e segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade e reforçou que a ONU foi criada para “ser a casa do entendimento e do diálogo”.
“A comunidade internacional precisa escolher: de um lado, está a ampliação dos conflitos, o aprofundamento das desigualdades e a erosão do Estado de Direito; de outro, a renovação das instituições multilaterais dedicadas à promoção da paz”, declarou.
Conselho de Segurança
Lula afirmou durante o discurso de abertura da Assembleia Geral que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas vem perdendo “progressivamente” credibilidade.
“Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”, pontuou.