Mesmo isolados dentro de uma das penitenciárias mais seguras do Brasil, no Paraná, chefões do Comando Vermelho davam ordens para o tráfico no Rio de Janeiro, por meio da ajuda do agente penitenciário Docimar Pinheiro, preso em uma operação nesta terça-feira (15). As informações são de Rodrigo Hidalgo, no Jornal da Band.
Os criminosos orientavam integrantes em liberdade por meio de bilhetes levados por Lucimar na Penitenciária Federal de Catanduvas. Ele foi flagrado por uma câmera de segurança levando recados para um dos líderes da organização, que cumpre pena no local.
Chefe de um setor, ele chegava até os presos nas celas sem a companhia de outros agentes. Lucimar levava bilhetes para Fabiano Atanásio, conhecido como FB, que pertence à cúpula do Comando Vermelho. Outros cabeças da organização, como Marcinho VP, também foram beneficiados pelo esquema com o agente.
A Polícia Federal explica que os bilhetes chegavam até uma advogada, que era o link com os gerentes do tráfico no Rio de Janeiro.
O agente, que tinha mais de 15 anos de profissão, movimentou mais de R$ 1 milhão de reais em um ano e comprou imóveis e carros. Ele foi detido no desdobramento da Operação Efialtes, que cumpriu 36 mandados em São Paulo, Santa Catarina e Paraná
Lucimar deve responder processo por associação ao tráfico de drogas, organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Se condenado, ele pode pegar mais de 30 anos de prisão.
O presídio de Catanduvas não tem histórico de fugas, rebeliões e de uso de celulares. Essa é a primeira vez que é registrada uma falha desse tipo nesse tipo de presídio federal.
