Quase sete anos após o rompimento da barragem de fundão, em Mariana (MG) moradores da cidade ainda convivem com incertezas sobre a construção das novas moradias
"Eu quero minha vida de volta, eu quero a minha dignidade, eu quero voltar a conviver com os meus conterrâneos" diz Sandra Quintão, comerciante da cidade.
A Fundação Renova, responsável pela gestão de programas de reparação dos danos causados na tragédia, pediu, na Justiça, três adiamentos para a entrega das construções. A data inicial era março de 2019. A nova promessa é que 120 das mais de 200 casas planejadas sejam entregues até dezembro deste ano.
Uma reclamação dos moradores é que as novas casas possuem características diferentes das moradias que foram levadas pela lama. "Não existe água para plantio de pequenas hortaliças, de criação de animais. Entao, as premissas que norteiam o reassentamento que seriam os moldes de vida e a cultura, infelizmente, não serão restabelecidos aqui” afirmou Mauro Marcos Silva, membro da comissão dos atingidos de Bento Rodrigues.
Com a lama gerada pelo rompimento da barragem, cerca de 50 milhões de rejeitos de minério atingiram mais de 40 cidades do Leste de Minas Gerais e chegaram ao mar do Espírito Santo. 19 pessoas morreram na tragédia que é considerada o maior desastre ambiental do Brasil. Ninguém foi punido criminalmente pelo desastre.