Censo do IBGE: Brasil não tem data para realizar a pesquisa

Em outros países, levantamento populacional tem papel importante em novas políticas públicas

Da Redação, com Jornal da Band

O Censo é um instrumento tão importante para o desenvolvimento de um país que, lá fora, conta muito. E não parou nem mesmo durante a pandemia do novo coronavírus.

Em Portugal, o levantamento terminou nesta semana com participação obrigatória pela internet.

Nos EUA, foram divulgados em 2021 resultados da pesquisa feita no ano passado. O Censo 2020 mostrou que a população americana está crescendo em um ritmo mais lento. Desde 2010, foi registrado um aumento de 7,35% - o segundo menor da história. Ficou apenas do crescimento registrado entre os anos 1930 e 1940, durante a Grande Depressão.

No total, a população americana hoje é de 331 milhões de habitantes. Com a pandemia, foi grande o número de pessoas no país que decidiram mudar de cidade, aproveitando oportunidades de trabalhar remotamente.

A quantidade de moradores em cada estado define o número de representantes na Câmara e nos colégios eleitorais, além de verbas do governo federal.

O estado do Texas ganhou mais duas cadeiras e agora terá 40 votos no colégio eleitoral do país. A Flórida ganhou uma e passou a somar 30 votos. Já os estados de Nova York, Califórnia e Pensilvânia perderam uma cadeira cada um.

O mesmo poderia acontecer por aqui se tivéssemos censo. Calcular a mudança no número de habitantes poderia impactar a quantidade de vereadores, deputados estaduais e deputados federais no Congresso Nacional. A conta poderia ser outra.

É que pela Constituição, o número de deputados deve ser proporcional à população de cada estado, contando dados fornecidos justamente pelo censo do IBGE. Nenhuma das unidades federativas pode ter menos de oito ou mais de 70 parlamentares.

“Não existe representação sem a numeração, sem dizer quantas pessoas estão em cada município, quantas pessoas estão em cada estado, para a gente saber quantos nós somos, para a gente se representar politicamente”, argumentou Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE.

“É fundamental que a gente atualize essas informações, e é barato a forma como nós atualizamos. É muito mais barato que nos EUA e é tão essencial para a democracia que nós não devemos nem pestanejar”, acrescentou.

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