O centrão, grupo de pequenos e médios partidos, que juntos somam mais de 200 parlamentares só na Câmara dos Deputados, está entrando para valer no governo.
O novo espaço para o grupo pode facilitar a votação de projetos no Congresso. Um deles, o da reforma dos impostos.
Na próxima segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro se reúne, no Palácio do Alvorada, com o futuro ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do Progressistas. O parlamentar do Piauí é agora um dos principais aliados do planalto na busca por apoio para barrar investidas da CPI da Pandemia, e ao mesmo tempo fazer andar a pauta das reformas: tributária, com foco na redução do imposto das empresas, e a administrativa, que visa diminuir o tamanho da máquina pública, reduzindo despesas com servidores.
A saída do general Luiz Eduardo Ramos foi interpretada nos meios políticos como perda de poder dos militares que tem cadeiras no Planalto. Já a ida de Onyx Lorenzoni para o ressuscitado Ministério Do Trabalho, que agora se junta com a Previdência, deve turbinar os programas sociais do governo, como bolsa família e auxilio emergencial.
As mudanças ocorrem às vésperas do Congresso definir se mantém o atual modelo de votação eletrônica nas eleições. A defesa do presidente pelo voto impresso desgastou o governo e jogou o ministro da Defesa no meio de uma disputa política. O caso dá impulso para uma proposta em discussão de um projeto que proíbe militares na ativa de exercerem cargos nos governos federal, estaduais e municipais.