Conheça os riscos de utilizar peças falsas em conserto de veículos

Denúncia do Jornal da Band mostrou que seguradoras utilizam itens adulterados e colocam clientes sob perigo de acidentes

Por Rodrigo Hidalgo

Vítimas do golpe denunciado pelo Jornal da Band também passam por risco de vida. O caso, exposto na segunda-feira (27), mostrou o uso o de peças falsificadas no conserto feito por seguradora. Além de ser enganado, o consumidor e cliente de seguros de automóveis é exposto a possíveis acidentes.

Seja um farol, um condensador, qualquer peça falsificada traz riscos ao condutor e aos passageiros. “Essas peças não passam por testes, então tem risco sim para o motorista. Um exemplo é o radiador falsificado, que pode superaquecer no meio de uma viagem de uma pessoa que acreditava estar com a peça certa”, explica Seiiti Ogata, dono de uma oficina mecânica. 

Para Aroldo Costa Filho, promotor do Ministério Público de São Paulo, o uso de tais peças pode afetar não só o patrimônio, mas também a integridade física. “Pode causar acidentes com morte”, afirma. Por isso, o MP pediu abertura de inquérito para apurar a denúncia. “Vão ser investigados crimes de organização criminosa, estelionato e adulteração de peças, que é um crime mais grave hoje”, pontua o promotor. 

O cliente que quer evitar ser enganado pode exigir que o conserto seja feito com mecânico de confiança, que saiba identificar se uma peça é ou não original de fábrica. Mas peças de qualidade inferior podem ser usadas, desde que o dono do automóvel saiba disso e concorde com a instalação. 

Ex-funcionários de oficinas denunciaram esquema

O Jornal da Band ouviu denúncias, investigou casos e comprovou a fraude com um perito. As oficinas compravam as peças falsas de distribuidoras que vendiam os produtos como se fossem genuínos. Um ex-funcionário de uma fornecedora que aplicava o golpe pediu para não ser identificado e contou como era a rotina de trabalho.

“Esperava chegar para ver a procedência da peça e ia fazer raspagem da peça com a lixa. O passo seguinte é fazer o polimento dela. E jogava jato de tinta da cor da mesma peça", explicou o ex-funcionário.

O Jornal da Band mostrou um flagrante do que o trabalhador denunciou. Ele raspa a frase que indica a procedência da peça e pinta o condensador de ar condicionado para deixar igual a um original.

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