O empresário Fernando Sastre, dono da Porsche que causou o acidente que culminou na morte do motorista Ornaldo Viana, de 52 anos, estava com a carteira de habilitação suspensa até o dia 18 de março. Com isso, o documento só foi recuperado 12 dias antes da batida fatal na Zona Leste de São Paulo.
Em 2022, a CNH foi suspensa por excesso de multas, inclusive por dirigir acima da velocidade permita. Sastre precisou passar por cursos de reciclagem e cumprir período de punição para voltar a dirigir.
Em depoimento de testemunhas obtido pela Band, um homem contou que foi ultrapassado pela Porsche e que veículo de luxo estava em alta velocidade. Na sequência, ouviu um forte barulho de colisão. Uma mulher que parou para ajudar, depois do acidente, disse que o motorista apresentava sinais de embriaguez, cambaleava e tinha a voz pastosa.
“Inclusive, uma delas falou que o carro até tremeu. Poucos segundos depois, aconteceu o acidente, e elas ajudaram no socorro das vítimas. Elas falaram que o Fernando tentou se evadir, antes da chegada da polícia militar”, disse o delegado Nelson Vinicius.
Diferença de velocidade
Uma gravação da câmera de um posto de combustíveis mostra a diferença de velocidade entre o carro da vítima e da Porsche, que passou segundos depois de Ornaldo. À polícia, o empresário disse que tinha acabado de sair de uma casa de pôquer num endereço próximo de onde o acidente ocorreu.
Agora, a polícia quer saber a velocidade que Fernando estava, se ele ingeriu bebida alcoólica e por que a Polícia Militar o liberou antes de fazer o teste do bafômetro.
Mãe e PMs investigados
A mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, também é investigada e pode ser indiciada por fraude processual. Depois de ir até o local do acidente, teve autorização dos militares para sair do local para levar o filho até um hospital, mas ambos foram para casa. Os PMs que liberaram o empresário também são alvos de apuração.
A polícia pode fazer um novo pedido de prisão de Fernando. Ele foi indiciado por homicídio com dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente. O primeiro pedido foi negado pela Justiça de São Paulo.