Uma linha fina separa o cuidado com os filhos da superproteção. É difícil para os pais perceberem isso, mas especialistas garantem que eliminar riscos e frustrações da vida dos pequenos pode gerar consequências negativas para o crescimento.
A educadora Taís Bento dá o exemplo de quando os pais não sabem auxiliar os filhos devido à superproteção. “Então, por exemplo, um filho que não sabe perder quando tá jogando um jogo de tabuleiro, um filho que não sabe esperar a vez e nem sempre ser o primeiro, tudo isso já são sinais de uma criança que está crescendo numa casa com muitos pontos de superproteção”, explica.
Melissa Pontes, mãe de Murilo e Henrique, relembra que passou por uma fase superprotetora. “Quando o Murilo nasceu me mudei para o quarto dele, tinha medo dele parar de respirar, tinha pânico de todas as coisas, era um desespero”, relembra. Agora, com Henrique, ela sente dificuldades de mediar os conflitos dele.
Para o filho mais velho, a mãe deve deixar os irmãos se virarem um pouco. “Porque, aí, quando a gente for adulto, vai ter um montão desses problemas e nem sempre ela vai poder ajudar”, diz Murilo.
A mãe já entendeu o recado e dá mais liberdade aos pequenos. “Não dá pra controlar tudo, que a gente falha”, afirma.