A Grécia instalou uma cerca de 40 km e um sistema de vigilância na fronteira com a Turquia, em meio à preocupação com o aumento de imigrantes vindos do Afeganistão.
Michalis Chrischoidis, ministro de proteção ao cidadão da Grécia. disse que o país não podia mais esperar passivamente pelo possível impacto dos refugiados da região.
O conflito no Afeganistão após a retomada de poder do Talibã alimentou temores na Europa de uma repetição da crise de refugiados de 2015, quando quase um milhão de pessoas, fugindo de conflitos no Oriente Médio, cruzaram para a Grécia pela Turquia e entraram em outros países da União Europeia.
Tensão aumenta sob domínio Talibã; países recebem primeiros refugiados
O Afeganistão vive dias de caos sob o domínio do Talibã. Países da Europa começaram a receber os primeiros refugiados. Mas o drama de quem tenta abandonar o país às pressas não tem fim
As cenas no aeroporto da capital Cabul são caóticas e lamentáveis. Milhares tentam fugir do país. Há mulheres e muitas crianças, que se refrescam com água fornecida por militares.
A missão de muitos soldados, agora, não é mais processar quem tem o direito de sair do Afeganistão, mas sim tentar salvar vidas.
As forças afegãs dão tiros para o alto para tentar dispersar a multidão.
A Europa começa a receber os primeiros afegãos. O reino unido - que pretende acolher 5 mil até o final do ano - e a Espanha receberam os primeiros refugiados na última quinta-feira (19). Neste sábado, um avião desembarcou na Alemanha.
Mas nem todas as portas estão abertas no continente, como a Grécia, que reforçou a segurança em sua fronteira.
Os Estados Unidos pediram aos americanos para não irem ao aeroporto de Cabul. Um helicóptero está sendo usado para resgatá-los num outro ponto da cidade.
Enquanto uns saem, outros chegam. O co-fundador do Talibã, Mullah Abdul Ghani Baradar, que estava no Catar, desembarcou na capital para iniciar as conversar sobre a formação de um novo governo.
O grupo extremista já alertou que não haverá nenhum tipo de democracia e as regras serão regidas pela sharia, a lei do islã - mas com interpretação ultrarradical do grupo extremista.
União Europeia não reconhece regime Talibã
A União Europeia disse que não reconhece o regime Talibã, apesar de manter um diálogo com o grupo extremista para retirada de cidadãos do Afeganistão.
A declaração foi feita pela presidente da Comissão executiva do bloco, Ursula Von der Leyen. Para a líder, é necessário manter contatos operacionais com o Talibã para facilitar que as pessoas em Cabul consigam chegar até o aeroporto. O que, segundo ela, é completamente distinto e separado de negociações políticas.
Von de Leyen também afirmou que o bloco europeu só investirá no Afeganistão se houver respeito aos direitos humanos pelo Talibã. Ainda disse que vai propor um aumento de 57 milhões de euros em ajuda humanitária para os afegãos.