O plano foi executado em menos de um mês, para atender interesses de um grupo poderoso do Rio de Janeiro. A revelação foi feita na delação premiada de Ronnie Lessa, nesta quarta-feira (20), em depoimento à Polícia Federal.
O ex-policial militar, autor do crime, disse que no fim de fevereiro de 2018, se encontrou pessoalmente com os dois mandantes do crime. Após três semanas, em 14 de março do mesmo ano, Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, foram mortos no centro do Rio
Ronnie Lessa admite que depois da repercussão do caso chegou a se reunir novamente com os mandantes, que o tranquilizaram sobre o curso da investigação. Os detalhes desses encontros foram repassados pelo ex-PM nos três depoimentos prestados à Polícia Federal.
O ex-policial também revelou os nomes de quem mandou executar a vereadora e os motivos por trás do crime. Marielle teria incomodado o grupo que explora a atividade imobiliária em áreas dominadas pela milícia no Rio de Janeiro. A vereadora defendia que terrenos fossem ocupados por pessoas de baixa renda.
A morte de Marielle Franco completou seis anos este mês. O processo, que corre sob segredo de justiça, foi parar no Supremo Tribunal Federal depois que o nome do deputado federal Chiquinho Brazão, que tem foro privilegiado, apareceu na delação. Ele e o irmão Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, foram apontados por Ronnie Lessa como envolvidos no plano. Os dois negam as acusações.