Casados há 26 anos, Reinaldo e Márcia construíram a vida na Vila Sahy, em São Sebastião. Os dois vieram da Bahia a procura de uma vida melhor e conseguiram. Criaram filhos, tinham um bom trabalho e fizeram amigos que infelizmente não tiveram a mesma sorte do casal.
No dia do deslizamento do morro, marido e mulher foram até a casa de outros parentes para alerta-los de madrugada, todos estavam dormindo.
Com a lama já acima do peito, o casal voltou para casa para acordar o filho. Foi no meio da lama, pisando em galhos e em carros capotados, que Reinaldo machucou o pé e pegou uma infecção.
Agora, o casal divide uma sala de aula como abrigo com outras 20 pessoas, no Instituto Verdescola. Foi lá que a família se cadastrou para a fila da moradia popular.
Com lágrimas nos olhos, abraçada com o companheiro de vida, Márcia se sente abençoada. Apesar das perdas materiais, ninguém da família se foi. Agora, os dois, juntos, terão de recomeçar a vida como há 26 anos, quando chegaram ao Sahy.
A tragédia completa neste sábado (25) uma semana. Foram mais de 600 milímetros de chuva em 12 horas. O normal para o mês inteiro de fevereiro seria de 300, Ou seja, choveu dois meses em menos de um dia, em São Sebastião:
O governo do estado propôs a desapropriação de 30 mil metros quadrados para a construção de casas populares, em Sahy, maresias e São Sebastião. Somente na área mais afetada, a promessa é da construçãoo de até 200 residências.