Alerta para quem costuma ir a áreas de mata fazer trilha: nessas regiões, o risco de contrair a febre maculosa é maior. No Sudeste, os casos aumentaram e representam mais da metade dos registros no país.
No mês passado, um laboratório visitado pelo Jornal da Band, em Belo Horizonte, recebeu mais de 1,3 mil amostras de casos suspeitos da doença.
“Chegam amostras de soro, de carrapato, de tecidos de pessoas que foram a óbito. Essa doença é sazonal. Então, em tempos secos, têm mais carrapatos, que é o vetor da transmissão dessa bactéria”, explicou Felipe Iani, chefe do Serviço de Virologia e Riquetsioses da Fundação Ezequiel Dias (Funed-MG).
21 mortes no Sudeste
Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, são pelo menos 89 casos confirmados de febre maculosa no Brasil. O Sudeste é a região que mais preocupa, pois possui a maioria das mortes, 21 ao todo. Veja as mortes por estado:
- São Paulo: 9;
- Minas Gerais: 6;
- Espírito Santo: 4;
- Rio de Janeiro: 2.
Precauções
A doença é provocada por uma bactéria presente no carrapato-estrela, que se hospeda, principalmente, em capivaras. Por isso, o cuidado precisa ser maior em áreas de mata. Entre as precauções:
- usar roupas compridas;
- peças claras ajudam a enxergar o carrapato, o que pode evitar a picada; e
- fique atento aos sintomas, como febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vermelhidão nas mãos e nos pés.
“É muito importante que nós consideremos esse diagnóstico no início e façamos a interpretação correta, porque aí você evita que esses casos, inicialmente chatos, incômodos, mas leves e não graves, evoluam para essa forma fulminante”, alertou o infectologista Estevão Urbano.