Uma greve de servidores federais, que querem reajuste de salários, provocou atrasos na movimentação de cargas em algumas estradas e portos. Esse movimento pode prejudicar o abastecimento no Brasil e aumentar o preço dos combustíveis. E o governo federal não sinaliza que vai entrar em acordo com os trabalhadores.
Diante desse impasse, problemas já começaram a acontecer. No Porto de Santos, litoral paulista, 35 toneladas de trigo só foram liberadas 5 dias depois de chegar. Na fronteira do Brasil com a Venezuela, em Pacaraima, Roraima, cerca de 250 caminhões estão em fila aguardando despacho das cargas, principalmente de grãos.
O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que a situação dos portos do país está normalizada. Tereza Cristina, da Agricultura, afirmou que, na fronteira com o Uruguai, foram registradas apenas algumas ocorrências específicas por falta de pessoal e não devido ao movimento dos auditores da receita.
Segundo o sindicato da categoria, 90% dos quase 8 mil auditores aderiram à paralisação, que começou em 27 de dezembro. Com salário na faixa de R$ 24 mil mensais, os auditores querem a regulamentação do bônus de eficiência de R$ 3 mil. O o movimento teve início depois que o presidente Jair Bolsonaro anunciou que daria aumento para a Polícia Federal.
Nesta semana, auditores do trabalho e servidores do Banco Central também aderiram aos protestos.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, defende que Bolsonaro não dê aumento para nenhum servidor em 2022, nem para os policiais federais, para conter os movimentos das categorias e não comprometer o orçamento deste ano.