Helicóptero sequestrado no RJ: polícia investiga possível ajuda de dentro de presídio

Sob a mira de uma pistola, Adonis Lopes lutou com a dupla em pleno voo, o que descontrolou aeronave sob batalhão da PM

Clara Nery, do Jornal da Band

Funcionários de um presídio do Rio estão sendo investigados pela participação em um plano de resgate de um detento com um helicóptero.

Com 35 anos de Polícia Civil e 32 como piloto de helicóptero, Adonis Lopes já refez o mesmo percurso do sobrevoo em que ficou refém de dois criminosos por 50 minutos. Acompanhado de uma equipe da Polícia Civil, ele foi mostrando todos os pontos por onde passou e até onde a dupla desceu, em Niterói.

A principal linha de investigação aponta que os bandidos são integrantes do Comando Vermelho e queriam resgatar um membro da facção que está preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio.

Além de ter ficado sob a mira de uma pistola, Adonis também lutou com a dupla em pleno voo, o que ocasionou nas perigosas manobras sob um batalhão da PM. O piloto ainda disse à polícia que os criminosos não esconderam o rosto e que é capaz de fazer retratos falados dos dois.

O caso está sob sigilo. A polícia investiga o possível envolvimento de mais pessoas na tentativa de resgate, que podem ser até mesmo de dentro do presídio. Nessa terça (20), funcionários da empresa responsável pelo helicóptero e o piloto que ficou doente e foi substituído prestaram depoimento. As digitais no helicóptero já foram colhidas durante a perícia.

O preso que seria alvo desse resgate de helicóptero - o traficante conhecido como Marcinho do Turano - foi transferido nesta tarde para um presídio de segurança máxima.

O sequestro da aeronave aconteceu na volta da dupla, no domingo, no trajeto entre Angra dos Reis e Rio de Janeiro. O piloto que foi vítima dos bandidos afirmou em depoimento que o voo seria feito por um homem e uma mulher, mas chegando ao local, ele estranhou depois que dois homens embarcaram na aeronave.

Os dois criminosos que estavam no helicóptero não usavam nada para esconder o rosto. Adonis afirmou que seria capaz de reconhecer os bandidos através de fotos. As digitais que estavam na aeronave foram colhidas para ajudar na investigação.

O voo de ida e volta do helicóptero custou cerca de R $14 mil, o pagamento foi feito em espécie. A diária dos bandidos no hotel no bairro do Frade ficou em torno de R$ 3 mil.

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