Funcionários da empresa de helicópteros onde piloto foi sequestrado por bandidos, prestaram depoimento hoje na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio. Entre eles estava o piloto Leandro Monçores, 42 anos, que passou mal e não consegui fazer a a viagem de volta. Ele contou aos investigadores que levou os criminosos do Rio para o Hotel Fasano, em Angra dos Reis, mas na volta precisou chamar um amigo para substituí-lo: Adonis Lopes, policial civil e piloto, foi quem fez a viagem.
“Eu decolei da Lagoa era por volta de 11h15, fui até a HeliRio, parei lá para abastecer, fiquei lá uns 15 minutos, decolei, fui pro Fasano e deixei eles lá”, explicou o piloto. Ele complementou ainda que três pessoas procuraram a empresa: um homem que pagou a viagem e dois passageiros, que realmente fizeram o voo.
O sequestro da aeronave aconteceu na volta da dupla, no domingo, no trajeto entre Angra dos Reis e Rio de Janeiro. O piloto que foi vítima dos bandido, Adônis Lopes, afirmou em depoimento que o voo seria feito por um homem e uma mulher, mas chegando ao local, ele estranhou depois que dois homens embarcaram na aeronave. No entanto, Leandro Monçores disse em entrevista que sempre soube que eram dois homens.
“Eu não tenho essa informação do comandante Adônis. Até onde eu sei, seria para buscar os dois passageiros que foram levados. Como ele não estava sabendo da operação, o voo “tava” comigo, por isso que aconteceu dele chegar lá… eram os mesmo dois que eu levei“, complementou Leandro Moçores
Em depoimento, o piloto que acabou tendo a aeronave sequestrada, contou que ele e os bandidos travaram uma luta corporal com o helicóptero ainda no ar depois que ele tentou frustrar uma tentativa de resgate de presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, objetivo do voo de volta dos bandidos.
O caso continua em sigilo, mas a Polícia já informou que apura o envolvimento de algum funcionário de dentro do Complexo Penitenciário que poderia facilitar a fuga de um criminoso. Imagens feitas no momento do voo mostram manobras perigosas que a aeronave fazia próximo ao presídio.
Os dois criminosos que estavam no helicóptero não usavam nada para esconder o rosto. Adonis afirmou que seria capaz de reconhecer os bandidos através de fotos. As digitais que estavam na aeronave foram colhidas para ajudar na investigação.
O voo de ida e volta do helicóptero custou cerca de R$14 mil, o pagamento foi feito em espécie. A diária dos bandidos no hotel no bairro do Frade ficou em torno de R$3 mil.
GOVERNO DO ESTADO REFEZ TRAJETO DO SOBREVOO
Adonis Lopes, que pilota há 32 anos, fez um novo voo mostrando todos os pontos em que passou com os bandidos e o local onde eles pularam da aeronave para escapar da polícia. Segundo a investigação, a dupla seria integrante da facção criminosa Comando Vermelho.
“O objetivo do voo foi fornecer mais detalhes para a equipe da DRACO trabalhar melhor e com mais informações para o resultado ser alcançado rapidamente”, comentou Adonis.