Um dos diplomatas mais poderosos da história americana morreu aos 100 anos de idade. Henry Kissinger teve papel decisivo na época da Guerra Fria, quando o mundo era polarizado entre Estados Unidos e União Soviética.
A vida centenária de um dos homens mais poderosos do século vinte foi recheada de controvérsias.
Considerado um dos grandes estrategistas da política externa, Henry Kissinger ganhou notoriedade mundial nos anos 70.
Nascido na Alemanha, se tornou secretário de estado e conselheiro nacional de segurança dos Estados Unidos durante os governos de Richard Nixon e Gerald Ford.
Em meio a Guerra Fria, liderou conversas com a União Soviética para controlar a corrida nuclear e foi responsável por aproximar os Estados Unidos da China. Ele chegou a promover um improvável aperto de mão entre Nixon e o líder comunista Mao Tsé-Tung.
Durante a Guerra do Vietnã, foi acusado de apoia bombardeios para pressionar o fim do conflito. Mesmo assim, em 1973, as negociações pelo cessar-fogo renderam a ele um Prêmio Nobel da Paz.
Henry Kissinger morreu na casa dele em Connecticut e deverá ter um velório reservado à família. Seu poder pode ser medido pelos elogios que ganhou de líderes de duas superpotências que rivalizam com os estados unidos - Rússia e China.
O diplomata, que visitou a China mais de 100 vezes esteve pela última vez no país em julho. Hoje, o presidente Xi Jinping disse que Kissinger era um bom e velho amigo do povo chinês. O presidente russo Vladimir Putin também se manifestou e disse que o diplomata era um estadista sábio e pragmático.
Dos arquivos da Band, uma preciosidade histórica. Entrevistado por Marília Gabriela no programa Cara a Cara em 1991, Henry Kissinger falou da influência dos Estados Unidos em países da América Latina que estavam sob regime militar. Assista abaixo.