Cachoeiras e ar puro e refrescante para quem quer fugir do calorão. A Floresta da Tijuca é um oásis no meio da cidade do Rio de Janeiro, considerada a maior em área urbana do mundo. Além da rica fauna e flora, a região guarda relíquias históricas, como uma mesa usada por D. Pedro II quando fazia piqueniques.
No coração da Tijuca, belíssimas trilhas, lagos, cachoeiras e flores exuberantes. A área possui 39 km², o que corresponde a 7% da cidade do Rio de Janeiro. A região é dividida em quatro setores:
- Pretos, Forros e Convanca;
- Floresta;
- Serra da Carioca; e
- Pedra Bonita e Gávea.
“Inicialmente, a floresta da Tijuca era uma exuberância, um fragmento de Mata Atlântica. Os primeiros visitantes daqui eram os índios. Os índios, na verdade, não habitavam na Floresta da Tijuca. Eles vinham aqui por dois motivos: caçar ou colher frutos. Mais à frente, no início do século XIX, aconteceu o desmatamento, primeiramente para enriquecer os cofres portugueses. Depois, para o plantio de café”, explicou Dirlei Conceição da Silva, técnico gestor em turismo.
Influência chinesa
A região também tem influência chinesa, onde há um local chamado de “Vista Chinesa”, construída entre 1902 e 1906, em homenagem aos imigrantes que trouxeram o cultivo do há para o Brasil no começo do século XIX.
Além de encontrar o macaco-prego, uma das 63 espécies de mamíferos que vivem no parque, é possível contemplar a Zona Sul da cidade, de onde se vê a exuberante Lagoa Rodrigo de Freitas. Quem também passeava na região era o imperador D. Pedro II. Na floresta, se vê até uma mesa onde o monarca se acomodava para comer.
A floresta também guarda uma casa abandonada, onde funcionava um restaurante até antes da pandemia. O local foi construído sobre uma antiga senzala de negros escravizados.
Reflorestamento
Um decreto de 1861, assinado por D. Pedro II, determinou o reflorestamento da região. A intenção era proteger, principalmente, as nascentes que abasteciam a população.
A guia de turismo Maria Alice de Almeida vive na região, sob a vista da Pedra da Gávea, Pedra Bonita e São Conrado, há 60 anos.
“Era bem diferente. Não havia a favela. A gente podia brincar num rio que tem aqui em baixo. A nossa fonte de água, na verdade, era de lá. O encanamento, quando chegou, eu já era adulta”, pontuou Maria.
Mesmo que a cidade tem invadido uma boa parte da floresta, Maria disse que não sai e que se sente privilegiada por carregar a história de uma das regiões mais bonitas do Rio.
“A Floresta da Tijuca é a maior floresta urbana reflorestada do mundo. A Pedra da Gávea é o maior monólito litorâneo do mundo. E está aqui”, analisou a moradora.