Da floresta para os laboratórios, a ciência multiplica a utilização da castanha. Na série especial exibida pelo Jornal da Band, foi mostrado como um fruto da Floresta Amazônica se transformou num dos símbolos do consumo consciente.
Conhecida como castanha-do-brasil ou castanha-do-pará, o fruto movimenta um mercado de 35 bilhões de dólares no mundo, um negócio que cresce, em média, 12,3% ao ano. A amêndoa virou uma sensação para os consumidores de produtos veganos.
Na prateleira do mercado, é possível encontrar farinha, leite, biscoito, cosméticos e até requeijão feitos de castanha.
A versatilidade do fruto, fonte de diversos subprodutos sem que a árvore da castanheira precise ser derrubada, torna-o um excelente exemplo da bioeconomia.
“Está ficando mais fácil disso acontecer. Quanto mais a gente consegue ter atores especialistas na cadeia produtiva, fica mais fácil para, quem sabe, agregar valor na floresta, poder agregar ainda mais. Aí, se a gente tiver isso orquestrado, coordenado, com um elemento importante, que é uma estratégia de bioeconomia bem definida para a Amazônia, para a gente parar de olhar a Amazônia como passivo, mas sim como um ativo econômico”, analisou Carlos Gabriel Gonçalves Cury, diretor de inovação, bioeconomia e design.
Leite em pó de castanha
No Centro de Biotecnologia da Amazônia, em Manaus, vários estudos com a castanha estão em andamento para aproveitar melhor as possibilidades que o fruto oferece. Tem até laboratório que trabalha numa versão de leite em pó do fruto.
“A gente tem trabalhado com a melhoria do processo de extração do óleo, o aumento do rendimento da extração. Desse processo de extração do óleo, geram-se alguns subprodutos. Desses subprodutos, a gente tem desenvolvido alguns produtos alimentícios de alto valor agregado. Um deles é a barrinha alimentícia. Agora, a gente está trabalhando com um processo de desenvolvimento de um leite em pó a partir da castanha”, explicou o pesquisador Edson Pablo da Silva.
Indústria dos cosméticos
Além das pesquisas, inciativas públicas e privadas ajudam as comunidades locais a entrarem no ciclo da produção dos derivados da castanha. Uma delas é a extração do óleo para a indústria de cosméticos.
Ao aprenderem o ofício, os moradores locais passam a ter um trabalho remunerado melhor, pois agregam valor ao produto que entregam.
Nós trabalhamos com o processo de extrativismo sustentável, que é fazer a valorização de toda a cadeia e, principalmente, do pequeno produtor, do extrativista, do caboclo, do ribeirinho, que faz a obtenção das castanhas (pesquisadora Caroline Pacheco)
Na fábrica, o óleo é envasado puro, além de ser usado para a produção de cremes hidratantes para o corpo, mãos e cabelos.
“O óleo da castanha é rico em vitamina A, vitamina E, selênio, que são potentes antioxidantes para nossa pele. O que significa? Vai combater aquele estresse oxidativo, ajuda a prevenir rugas, linhas de expressão e ele funciona como um excelente e potente hidratante para nossa pele”, continuou Caroline.
É castanha-do-brasil
Todo o trabalho que provoca orgulho pelo ciclo envolvido e faz com que Tiago reforce o nome do fruto que ganhou o mundo.
“Na verdade, é castanha-do-brasil, a denominação, mas algumas pessoas ainda chamam de castanha-do-pará. Isso estimula a comunidade a não derrubar árvore, a não fazer queimada. Então, a gente acaba estimulando a bioeconomia do estado também. É muito gratificante”, pontuou o pesquisador Tiago Moreira da Silva.
Importância do cultivo
A série em exibição no Jornal da Band destaca a importância da castanha-do-brasil para a Floresta Amazônica e chamada bioeconomia. Na reportagem anterior, mostramos como a cultura mobiliza comunidades e pequenos produtores. Veja abaixo!