A arma do policial civil Alessandro Medeiros está sendo periciada no Instituto de Criminalística de São Paulo. A previsão é que o laudo sobre o que aconteceu com a pistola saia em até 30 dias.
O agente foi baleado e morto durante uma ocorrência de feminicídio na última segunda-feira (19). O Jornal da Band mostrou, com exclusividade, imagens que mostram que o ferrolho da pistola ficou travado para trás e com uma cápsula dentro da arma que não foi ejetada.
Desde o início da semana, a reportagem tenta entrevistar um representante da Taurus, fabricante da pistola em poder do policial. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa alegou que a arma era antiga, de 2006. E disse que aguarda a perícia técnica, que deverá identificar as causas do ocorrido.
“A questão da idade da arma, ela não vai deteriorar por causa da idade, ela vai deteriorar por questão do uso, quantidade de tiros disparados, o uso ou a má conservação. Isso pode elevar a deterioração, mas a questão da idade, não”, contestou Armando Lemos, ex-coronel do Exército e especialista em armamento.
A Taurus indicou um perito aposentado que presta consultoria para a empresa para se manifestar.
“Os peritos vão dizer se foi defeito da arma, problema da munição ou se foi a situação que o policial estava ferido e não segurou a arma com a energia, empunhadura suficiente para possibilitar o recuo só do ferrolho, e o não recuo da arma”, justificou Domingos Tocchetto.
A pistola .40, modelo 24/7, passou a equipar polícias militares brasileiras no início dos anos 2000.
Em julho de 2016, o Jornal da Band denunciou, em uma série de reportagens especiais, falhas nas armas da Taurus, apontadas por policiais atingidos por disparos involuntários. A reportagem revelou um relatório de 900 páginas, feito pelo Ministério da Justiça, que apontou falhas de projeto e moldagem de algumas peças. Reveja abaixo:
Na época, a Taurus contestou as alegações. Mas, após as reportagens, as polícias de três estados trocaram os armamentos por pistolas Glock.