A Polícia Federal fechou o cerco contra proprietários de duas grandes produtoras musicais de funk, investigadas por lavagem de dinheiro do crime organizado. No alvo da operação desta terça-feira (12), estavam carrões e mansões milionárias.
Para a PF, a suspeita é que a GR6 Eventos e a Love Funk estejam envolvidas em um esquema de lavagem de dinheiro. Equipes da Polícia Federal, da Receita Federal e fiscais da Fazenda municipal foram às ruas para o cumprimento de ordens judiciais contra as empresas e os responsáveis por elas delas. A equipe do Jornal da Band acompanhou tudo.
A busca e apreensão aconteceram em uma mansão de R$ 9 milhões em um dos bairros mais caros de São Paulo. O imóvel pertence a Rodrigo Inácio de Lima Oliveira, dono da GR6 eventos, empresa que promove 12 mil shows por ano.
Outro investigado é Henrique Alexandre Barros Viana, conhecido como “Rato”. Segundo a polícia, ele é dono de uma das empresas investigadas, a “Love Funk”, que realiza grandes festas pelo país.
Lavagem de dinheiro do crime organizado
Segundo as autoridades, boa parte desse dinheiro não é declarado ao Fisco. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostram movimentações milionárias suspeitas em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas com o uso de laranjas, tudo para ocultar os recursos. A suspeita é de lavagem de dinheiro do crime organizado.
A Justiça decretou ordens de sequestro de imóveis e veículos que valem mais de R$ 60 milhões e o bloqueio de valores em contas bancárias de até R$ 1 bilhão. Houve buscas ainda nas sedes das produtoras musicais.
Outro investigado é Wesley Rodrigo Goes, o “Wesley Alemão”. Apontado como um dos donos da Love Funk, ele já foi investigado por promover sorteios de rifas de carrões pela internet e também com suspeita de lavagem de dinheiro.
Buscas em 4 cidades
Hoje, foram cumpridas ordens judiciais em São Paulo, Indaiatuba, Itu e Guarujá. Relógios e mais de R$ 600 mil foram apreendidos. Em Indaiatuba, a polícia apreendeu mais de 30 carros e motos aquáticas na casa e na empresa de um dos investigados. Não houve prisões.
A GR6 Eventos afirmou que é vítima de preconceito contra o funk e negou qualquer irregularidade. A Love Funk não se posicionou.