Jornal da Band

Prédio de alto padrão é erguido sem alvará e embargado pela prefeitura de SP

O imóvel mais barato no empreendimento custa R$ 24 milhões

Por Sandro Barboza

Um prédio residencial de 23 andares foi erguido na região mais cara de São Paulo sem alvará da prefeitura. Foram cinco anos de construção e a obra só foi embargada agora, depois de pronta.

Erguido no bairro do Itaim Bibi, um dos metros quadrados mais caros de São Paulo, o empreendimento tem 23 andares e apenas 20 apartamentos. Na propaganda, luxo e conforto, com 6 ou 9 vagas na garagem. O imóvel mais barato custa R$ 24 milhões.

Seria só mais um edifício de alto padrão na cidade se não fosse um pequeno detalhe: a construção inteira foi feita sem licença e a prefeitura de São Paulo só embargou a obra, totalmente irregular, há dois dias.

Para fazer intervenções comuns em casa, como aumentar uma laje ou até retirar uma árvore do terreno, a prefeitura de São Paulo exige que o proprietário peça uma licença e ameaça fiscalizar e multar irregularidades. Nada disso aconteceu com a construtora São José, que fez tudo isso e não foi questionada por nenhum fiscal. Até que uma denúncia anônima deu o alerta.

A construção começou em 2018 e só em 2021 a construtora pediu o alvará de execução da obra, que foi negado no ano passado. O motivo foi o não pagamento das taxas que autorizam esse tipo de empreendimento, estimadas em R$ 62 milhões. Mas os trabalhos seguiram mesmo sem a licença. 

O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação para apurar como essa irregularidade passou batido na maior cidade do país.

A prefeitura respondeu que vai averiguar eventuais responsabilidades de servidores incumbidos da fiscalização. A construtora São José não se pronunciou sobre o caso.

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