Equipes da prefeitura de São Paulo limparam a estrutura da estátua do bandeirante Borba Gato, incendiada no último sábado, e estão avaliando os danos causados. Um empresário se ofereceu para pagar a restauração do monumento, que fica em Santo Amaro, zona sul da capital
A polícia tenta identificar quem ateou fogo a pneus colocados no monumento. O que se sabe até agora é que um grupo de cerca de 20 pessoas participou do protesto. O motorista de um caminhao que levou os pneus chegou a ser preso, mas acabou liberado.
Um perfil criado nas redes sociais intitulado “Revolução Periférica” assumiu a autoria do ato.
A estátua de Borba Gato já foi alvo de outros protestos de grupos contrários a manutenção do monumento. Documentos históricos apontam o bandeirante como responsável pela captura, escravização e morte de indígenas e negros nos séculos XVII e XVIII.
Mas para Paulo César Garcez Marins, historiador integrante do Museu Paulista da USP, monumentos a obra bandeirante deveriam receber textos que expliquem quem foi e o que fez a figura histórica.
“Tratar os vestígios do passado para o que eles permitem que nós escutamos os nossos dramas hoje também. Se nós formos colocar fogo em todos os testemunhos das nossas contradições, das nossas dificuldades, das violências que marcaram a formação da sociedade brasileira, nós vamos ser um país carbonizado”, opinou.