Bombas caem pelo céu; lágrimas escorrem pelo rosto. Barulhos de explosões se misturam com gritos de desespero.
Tropas de Israel se movimentam ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza; civis palestinos correm para o sul do enclave em busca de abrigo. Uma nova janela de fuga foi dada a essas pessoas.
Entre 10 da manhã e 4 da tarde do horário local era a oportunidade de seguir as duas rotas determinadas pelos israelenses. Assim que o prazo acabou, a chuva de mísseis voltou.
As pessoas não têm onde se abrigar. Não há estrutura segura para acomodá-las. Muitas estão na rua mesmo, expostas não só a falta de água e comida, mas a ataques que possam acontecer a qualquer momento.
E eles aconteceram. Um comboio que seguia rumo ao sul foi atingido por um míssil israelense. Setenta pessoas morreram, entre elas crianças e mulheres.
Quem conseguiu rumo ao sul, se abriga na cidade de Khan Younes. Também não há energia elétrica na região. Em hospitais, caos completo.
O trabalho das ambulâncias é desafiador em meio às ruínas e aos constantes ataques. São médicos arriscando a própria vida para tentar salvar a vida dos outros.
No sul de Israel, o premiê do país, Benjamin Netanyahu, visitou as tropas que aguardam o comando para invadir Gaza em peso - por ar, mar e terra. Netanyahu diz que a hora do ataque está chegando. Enquanto isso, os bombardeios pelo céu não cessam.
Dois líderes do grupo extremista foram mortos em uma primeira incursão de tropas isralenses na Faixa de Gaza, que também resgataram os corpos de cinco reféns.
Para uma grande ofensiva no norte de Gaza, o desafio dos soldados será combater em um cenário com vielas e ruas estreitas que não comportam tanques.
Além disso, o Hamas afirma que tem 500 quilômetros de túneis subterrâneos espalhados por Gaza. Para se ter uma ideia, o metrô de São Paulo, o maior do Brasil, tem 100 quilômetros de extensão.
É uma rede extensa e com profundidade que pode chegar a três metros, espalhados por cidades com Beit Hanoun, Cidade de Gaza e Khan Younis.
No norte, na fronteira com o Líbano, a cada dia que passa o Hezbollah se mostra mais presente no conflito: neste sábado (14) foram 30 bombardeios na região. Enquanto se prepara para atacar o sul, o exército israelense aumenta a vigilância para um outro conflito iminente.
Enquanto os civis palestinos se aproximam da fronteira com o Egito em Gaza, estrangeiros de todo o mundo vivem a expectativa de a fronteira em Rafah ser aberta para a fuga.
A ajuda humanitária também vai chegando ao país e há uma pressão da comunidade internacional para que o governo do Cairo libere a entrada de mantimentos.
O conflito no Oriente Médio tem elevado a tensão pelo mundo com protestos que reúnem milhares de pessoas.
Ao contrário de França e Alemanha, que proibiram manifestações, o governo do Reino Unido permitiu que marchas pró-Palestina acontecessem neste sábado, mas deixou claro que qualquer mensagem de apoio ao Hamas - grupo que é considerado terrorista pelo governo britânico - está proibida e, quem fizer, será detido e processado.
Milhares de pessoas foram ao centro de Londres. O ato pacífico pedia, sobretudo, o fim do conflito e da morte de inocentes.
Israel, que já tem prometido exterminar o Hamas, agora também fala em reduzir o tamanho da Faixa de Gaza após o fim da guerra. O governo israelense diz que esse será um recado para os inimigos: quem entrar em Guerra contra Israel deve perder suas terras.