Museus, passeios e famosos pontos turísticos sempre atraíram visitantes aos Estados Unidos. O servidor público Kenny Tsushima vai em junho, mas por outro motivo.
“Vacina, sem dúvida”, diz. “Eu estava, na verdade, com as minhas férias agendadas, e agora estou aproveitando para viajar mesmo e escolhi um destino onde eu possa estar tendo essa possibilidade de ser vacinado. Incluí o útil ao agradável, digamos.”
Se no Brasil faltam vacinas contra a Covid-19, nos EUA sobram. Em estados como Texas, Louisiana e Flórida, turistas são vacinados com apresentação do passaporte. Muitas vezes, nem isso.
Nova York quer montar postos de vacinação em pontos turísticos. A ideia é usar esse atrativo para incentivar as viagens.
E no Brasil, como já acontece em outros países, um novo mercado começa a se formar: o do turismo em função das vacinas. Ele nasce da enorme desigualdade na distribuição das doses ao redor do mundo.
Agências de viagens e sites especializados lançam pacotes especificamente com este apelo. E o que tem surpreendido é a procura.
A agência de Albino Ferreira Neto montou um roteiro em que o passageiro fica duas semanas no México, na Costa Rica ou na República Dominicana. De lá, vai para os Estados Unidos. A quarentena é necessária, já que a América não aceita pessoas que estiveram no Brasil no prazo de 14 dias.
O valor de quase R$ 5 mil só inclui os voos. Não cobre hospedagem ou alimentação.
“Lançou no domingo, e até ontem, quinta-feira (13), a gente já tinha vendido mais de 200 pacotes desse”, informou Albino, que lembra as incertezas da viagem.
“Não existe garantia de que vai ser vacinado. Tem que se proteger também. Vamos dizer que a pessoa seja contaminada no México; se for contaminado lá, não vai poder viajar para os Estados Unidos para se vacinar.”