Brasil e Estados Unidos vão ampliar o número de voos entre os dois países para acelerar a deportação de brasileiros ilegais.
O número de brasileiros apreendidos na fronteira do México com os Estados Unidos disparou recentemente. Segundo o departamento de proteção de fronteiras, nos últimos 12 meses, 47 mil foram presos durante a travessia.
Há duas semanas, a notícia de que a brasileira Lenilda dos Santos morreu de sede no deserto após ser abandonada por um coiote que a ajudaria na caminhada agravou a situação.
Por isso, o governo americano pediu ao Itamaraty uma autorização para ampliar a frequência de voos levando os deportados de volta ao Brasil.
Atualmente, um voo fretado leva cerca de 150 cidadãos, por semana. As aeronaves têm como destino o aeroporto de Confins, em Minas Gerais.
O governo brasileiro permitiu --em caráter temporário-- que dois voos por semana levem de volta os imigrantes apreendidos na fronteira. A mudança começa a valer nas próximas semanas. Mas a Casa Branca quer mais.
O governo de Joe Biden quer triplicar a quantidade de viagens, e já abriu negociações com o Itamaraty. Em troca, as autoridades brasileiras solicitaram algumas condições, como o fim do uso de algemas pelos deportados durante o voo. Além disso, pediram que casos de emergência humanitária sejam analisados individualmente antes da deportação.
O uso de aviões alugados para deportar imigrantes sem visto é uma prática antiga do governo americano, mas que vinha sendo pouco aplicada a brasileiros, nos últimos anos.
O esquema foi retomado no fim de 2019, pelo ex-presidente Donald Trump e será mantido na atual gestão.