Band repudia atos de violência de manifestantes contra repórteres em BH

Grupo Bandeirantes e outras entidades cobraram providências do governo de Minas contra o uso de artefatos explosivos pelos manifestantes

Da redação

Dois repórteres, Laura França (TV Band Minas) e Caio Tárcia (BandNews FM BH), foram alvos de violência em manifestação das forças de segurança de Minas Gerais após explosão de artefatos explosivos, nesta quarta-feira, 09. Em nota, o Grupo Bandeirantes cobrou providências contra o incidente que colocou em risco a integridade física dos profissionais da empresa.

Laura França sofreu um traumatismo auditivo após o estouro de uma bomba ao lado dela. Já o Caio Tárcia foi hostilizado pelos manifestantes e alvo de uma bomba lançada contra ele, enquanto acompanhava o ato no Centro de Belo Horizonte.

Vários policiais protestavam armados, mesmo com ordem judicial que exigia o contrário. Na nota, a Band também solicita o acompanhamento do caso pelo governo de Minas Gerais, Ministério Público e Tribunal de Justiça do estado. 

“A Band repudia a atitude dos manifestantes e cobra da Polícia Militar o acompanhamento do protesto, garantindo a segurança dos envolvidos, inclusive dos profissionais da imprensa. A emissora também exige responsabilidade das categorias envolvidas no ato e solicita o acompanhamento do caso pelo governo de Minas, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)”, disse a emissora.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também se pronunciou em protesto ao uso de artefatos de efeito moral no protesto de BH. A nota da entidade destaca que os manifestantes ignoraram a orientação contra a explosão de bombas. Leia o texto na íntegra no final da matéria.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJMPG) e Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) também repudiaram a violência sofrida pelos repórteres da Band Minas e BandNews FM BH. As entidades exigiram garantias aos profissionais da imprensa na cobertura dos atos promovidos pelos servidores da Segurança.

Também houve repúdio por parte da Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que considerou extrema gravidade a violência sofrida por Laura França e Caio Tárcia. A entidade ainda cobrou “rigorosa apuração do caso, com identificação e punição dos envolvidos”. 

Em nota, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que “manifestar sem infringir a lei é legítimo e democrático”,  mas “atos de desordem e que coloquem em risco outras pessoas, não serão aceitos”.

“A liberdade caminha junto com a responsabilidade. Minha solidariedade aos jornalistas atingidos por bombas durante as manifestações hoje em Belo Horizonte. A liberdade de imprensa será sempre defendida, assim como o direito de manifestar, desde que pacificamente”, completa a nota.

Nota do Grupo Bandeirantes

O Grupo Bandeirantes repudia e cobra providência acerca dos incidentes ocorridos durante a manifestação das forças de segurança pública em Minas Gerais que colocaram em risco a integridade física de dois profissionais da empresa: Laura França, da TV Band Minas, e Caio Tárcia, da Rádio BandNews FM BH. 

A repórter Laura França, da TV Band Minas, sofreu um trauma auditivo após uma bomba estourar do lado da profissional na Praça da Estação, em Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira. Já o repórter Caio Tárcia, da Band News, foi hostilizado e alvo de uma bomba lançada contra ele quando seguia acompanhando o ato em direção à Praça Sete, no centro da capital. 

Sobre o estado de saúde dos repórteres, após uma primeira consulta, foi constatado um trauma auditivo na profissional da TV Band Minas. Ela vai passar por uma nova consulta na parte da tarde desta quarta-feira (9), na qual será mensurada a extensão do trauma. O jornalista da BandNews também vai passar por exames nesta tarde. 

Além das bombas, vários policiais, contrariando decisão da Justiça, protestavam armados. A Band repudia a atitude dos manifestantes e cobra da Polícia Militar o acompanhamento do protesto, garantindo a segurança dos envolvidos, inclusive dos profissionais da imprensa. A emissora também exige responsabilidade das categorias envolvidas no ato e solicita o acompanhamento do caso pelo governo de Minas, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Nota da Associação Brasileira de Imprensa

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) protesta contra o uso de artefatos de efeito moral que feriram a repórter Laura França, da TV Band Minas, na cobertura de uma manifestação de agentes da segurança pública na Praça da Estação, em Belo Horizonte.

Segundo relato de profissionais da imprensa presentes, apesar do pedido dos organizadores da manifestação para que não fossem detonadas bombas de efeito moral, policiais ignoraram a orientação e explodiram os artefatos. Além disso, vários agentes da segurança pública contrariaram decisão da Justiça e participaram do ato armados.

A ABI cobra do governo de Minas providências para que tais fatos não se repitam e para a garantia da segurança dos profissionais da imprensa.

Paulo Jeronimo, presidente da ABI

Nota do Sindicato dos Jornalistas de Minas e Fenaj

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJMPG) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam mais uma violência sofrida por jornalistas em manifestações dos policiais e cobram do governo do estado, do Ministério Público e da própria Polícia Civil que os fatos sejam apurados e os responsáveis punidos. Hoje, durante manifestação dos policiais por melhorias salariais, no centro de BH, uma equipe da Band Minas foi ferida e hostilizada. No último dia 21/2, uma equipe da Globo foi cercada, xingada e hostilizada, também durante a manifestação dos policiais, e teve que deixar o local.

Durante o ato, enquanto trabalhava na cobertura, a repórter Laura França, da TV Band Minas, foi ferida por uma bomba e sofreu um trauma auditivo, após o artefato estourar do seu lado. O repórter Caio Tárcia, da Band News, também foi alvo de uma bomba lançada contra ele quando acompanhava a manifestação. Por sorte não foi atingido, mas foi hostilizado e xingado e teve que deixar o ato.

Laura vai passar por exames nesta tarde para avaliar a extensão do trauma e Caio para apurar se houve algum dano. Eles estão sendo assistidos pelo comando da Band, que divulgou uma nota repudiando a atitude dos manifestantes e cobrando da Polícia Militar o acompanhamento do protesto, garantindo a segurança dos envolvidos, inclusive dos profissionais da imprensa. A emissora também exigiu responsabilidade das categorias envolvidas nas agressões e o acompanhamento do caso pelo governo de Minas, MP e Justiça.

O SJPMG e a FENAJ também querem garantia para os jornalistas em atos da polícia e que os casos envolvendo as equipes da Band e Globo sejam rigorosamente apurados e severamente punidos. É inaceitável que as forças de segurança do estado ajam com violência e hostilidade para impedir o trabalho da imprensa.

Urge uma ação efetiva do estado e suas instituições para coibir casos como esses. Sem punição firme, a violência contra jornalistas vai seguir crescendo de maneira vertiginosa, colocando em risco não somente a vida dos profissionais, mas a liberdade de imprensa e à democracia.

Nota da Abert

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) considera de extrema gravidade os atos de violência contra a imprensa, ocorridos nesta quartafeira (9), em Belo Horizonte (MG).

Enquanto acompanhavam o protesto das forças de segurança mineiras, no centro da cidade, os repórteres Laura França, da TV Band Minas, e Caio Tárcia, da Rádio BandNews FM, foram alvos de bombas lançadas na direção da imprensa que cobria a manifestação. Laura França sofreu um trauma auditivo e precisará passar por novos exames para verificar a extensão da lesão provocada pelo artefato.

A ABERT repudia os ataques aos jornalistas e reitera que todo e qualquer ato que tenha como objetivo impedir a cobertura jornalística de fatos de interesse público é uma violação ao direito da imprensa de informar e ao do cidadão de ser informado, garantias previstas na Constituição Brasileira.

A ABERT pede às autoridades locais uma rigorosa apuração do caso, com a identificação e punição dos responsáveis.

Nota da Abraji

Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), é preocupante o ocorrido em Belo Horizonte, sobretudo sendo os manifestantes agentes públicos de segurança. A Abraji se solidariza com Laura França e Caio Terça e exorta as autoridades a apurar e punir com rigor e celeridade os autores das agressões. Além do flagrante e inconstitucional cerceamento à liberdade de imprensa, ataques dessa natureza colocam sob risco a integridade física e mesmo a vida de profissionais que apenas cumprem seu papel de informar.
 
Há duas semanas, em protesto realizado também em Belo Horizonte pela mesma categoria de funcionários públicos, uma equipe da TV Globo Minas foi expulsa da cobertura na rua e ofendida em vídeo gravado e divulgado pelos próprios manifestantes. 

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