O senador Marcos do Val (Podemos-ES) deve prestar novo depoimento à Polícia Federal na próxima quarta-feira (19). O parlamentar vai ter que explicar a suposta trama golpista denunciada por ele em fevereiro nas redes sociais, envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Em junho, a Polícia Federal fez uma operação nos endereços ligados a Marcos do Val e ao Senado Federal. Na época, foram apreendidos computadores, pen drives e telefone celular.

Em entrevista ao BandNews TV, o senador afirmou que a operação da PF em sua residência foi uma retaliação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. ““Eu recebi na minha casa no dia do meu aniversário esse presente. Já tinha avisado a todos que pelo fato de eu ter colocado uma petição para o Alexandre de Moraes se apresentar na CPMI, porque no documento da ABIN informa que o STF e o Superior Tribunal Eleitoral também foram comunicados com antecedência. Eu também fiz movimentos claros dessa invasão de poderes e a quebra da constituição”, disse. 

Bolsonaro

Jair Bolsonaro se pronunciou após o depoimento que fez para a Polícia Federal nesta quarta-feira (12). O ex-presidente da República confirmou encontro com Marcos do Val e Daniel Silveira, mas se defendeu da acusação de uma possível conspiração de golpe.

"Não tenho interesse, durou uns 20 minutos, existia um namoro de trazer senadores para o partido e nada além disso. Por que eu iria articular algo com um senador que nunca tinha falado antes?”, afirmou Bolsonaro. 

Bolsonaro foi intimado sobre a suposta trama de golpe denunciada por Marcos do Val, que afirmou que teria planejado gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes para poder “provar que ele estava extrapolando os limites da Constituição”. 

No pronunciamento, Bolsonaro citou que nada disso foi tratado na reunião. “O que foi tratado? Nada. Por que tomou volume isso aqui? Porque em fevereiro Marcos do Val disse que tinha uma bomba que seria publicada na Veja, na manhã seguinte ele disse que não havia nenhuma bomba”, disse. 

“Depois foi divulgada uma mensagem dele para o Alexandre de Moraes logo após a reunião que tivemos. Isso está à disposição da mídia, no fim da mensagem que ele mandou para mim, eu respondi ‘coisa de maluco’, ou seja, nada aconteceu no dia oito de dezembro, até porque eu não tinha nenhum vínculo com Marcos do Val, nunca o recebi em audiência, a não ser em fotografias”, pontuou Bolsonaro. 

Segundo Bolsonaro, não havia nenhuma conspiração do tipo. “Nada foi tratado, não tinha nenhum plano. Naquela reunião de 20 minutos não tinha plano nenhum de gravar Alexandre de Moraes. Fiquei em silêncio, um deputado foi lá falar comigo sobre vacina, fiquei calado também”, informou.