Notícias

Mecânico de Pelé de Cabo Verde fala do Rei: 'Conheci o Santos antes do Brasil'

Afonso, que imigrou do país há 46 anos, relembrou como foi trabalhar para o ex-futebolista

Por Luiza Lemos

Afonso relembra com carinho da relação com Pelé
Afonso relembra com carinho da relação com Pelé
Reprodução/Band/Luiza Lemos

A fila de torcedores e fãs para se despedir de Pelé reúne muitas histórias com o Rei do futebol, que está sendo velado nesta segunda-feira (2) no Estádio Urbano Caldeira, famosa Vila Belmiro. Uma delas é de Afonso Cabo Verde, mecânico dono de uma oficina que Pelé era cliente na época que ainda morava em Santos, litoral de São Paulo. 

Ele, que imigrou do país africano para o Brasil há 46 anos, diz que conheceu o Pelé antes mesmo de saber o que era o Brasil e o considera um Deus. “Eu escutava Santos de Pelé e sabia o que era, nem sabia o que era o Brasil. Lá eu conhecia só o Pelé, ele era demais, agora está jogando lá em cima no céu”, diz. 

"Desde Cabo Verde acompanho o Pelé, ele é o Cristo que vive aqui na Terra e ainda está né? A alma está com Deus. Pelé é eterno", celebra. Para ele, há dois homens que ele não pode esquecer: Pelé e Eusébio, jogador moçambicano com mais de 700 gols e que morreu em 2014. 

Afonso exibiu uma medalha com o rosto de Pelé, que ele diz ter recebido do próprio jogador. Além disso, ele usava uma camisa autografada pelo ex-futebolista, que segundo ele, foi dada pelo irmão de Pelé, Zoca. “O mundo inteiro agradece o Pelé de joelhos, ele conquistou tudo, eu falo do Pelé, não do Edson. O que ele fez para o Brasil, foi imenso”, diz. 

O cabo-verdiano explica que trabalhou para Pelé e a família desde os 15 anos.  Ele diz que as duas Mercedes que Pelé teve foram as que ele mais trabalhou. “As Mercedes eram as que davam mais trabalho, poucas vezes precisavam de manutenção, mas quando vinham, era problema. Vinham do Guarujá, além dos carros, inúmeras vezes resgatei o pai do Pelé no Acapulco com o carro quebrado”, comenta, rindo. 

Ele conta que teve uma relação próxima com a família de Pelé. “Conheci a mãe dele, o Edinho, que vinha sempre na oficina, quando jogava no Santos. O irmão e o pai também, já visitei o túmulo deles no Memorial e agora pretendo visitar o túmulo do Pelé também", pontua. 

Para ele, Pelé o fez torcer pelo o Santos desde Cabo Verde. Além disso, ele pretende estar na Vila Belmiro mais vezes antes do sepultamento do Rei do futebol. "Ele é tudo para mim e merece todas as homenagens. Eu trouxe duas flores, uma minha e uma para minha esposa, mas ele merece muito mais”, afirma. 

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais