MP pede prisão de prefeito de Manaus por irregularidades com vacinas

Da Redação, com BandNews FM e Jornal da Band

Na representação criminal, o MP-AM afirma que há materialidade contra o prefeito e a secretária de Saúde, Shádia Fraxe Dhyeizo Lemo/Secom
Na representação criminal, o MP-AM afirma que há materialidade contra o prefeito e a secretária de Saúde, Shádia Fraxe
Dhyeizo Lemo/Secom

O Ministério Público do Amazonas pediu nesta quarta-feira (27) a prisão preventiva do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), devido à suspeita de fraude na prioridade para vacinados contra a Covid-19, desvio de vacinas e contratação irregular de médicos. As informações são de Maurício Max, da BandNews FM.

Na ação, o desembargador plantonista do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) José Hamilton Saraiva dos Santos abriu mão de julgar o caso e encaminhou a competência para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por entender que se trata de crime federal.

Na representação criminal, o MP-AM afirma que há materialidade contra o prefeito e a secretária de Saúde, Shádia Fraxe, para pedir que as autoridades sejam presas.

A solicitação é acumulada com pedido de afastamento de cargo público e medidas de busca e apreensão.

Também aparecem entre os pedidos de prisão e apreensão de mais 20 pessoas, que desencadearam a onda de denúncias de fura-fila da vacinação do coronavírus. Estão nesse grupo as médicas e irmãs Isabelle e Gabrielle Lins, filhas de um empresário de Manaus. O caso repercutiu após a BandNews FM revelar, em primeira mão, que as profissionais receberam a primeira dose da vacina depois da recente nomeação em cargos da prefeitura para atuar em uma UBS na capital.

Vacinação na Justiça

Na noite desta quarta-feira, a Justiça Federal pediu que idosos sejam vacinados “imediatamente” no Estado do Amazonas. A Prefeitura de Manaus apresentou o plano para aplicação da vacina de Oxford.

Na decisão, a magistrada Jaiza Maria Pinto Fraxe exige que “salas de vacinas virtuais” sejam criadas para atender às pessoas mais velhas.  A ideia é que a ordem de atendimento e os dados dos pacientes sejam organizados pela ferramenta. A medida visa evitar os casos de desvios de vacina no Estado.  

Além da vacinação de idosos, a decisão também exige informações sobre as 60 mil vacinas doadas por São Paulo ao Amazonas. 

A Justiça Federal do Amazonas havia autorizado a distribuição da vacina da Oxford/Astrazeneca para as cidades do interior do Amazonas. Mas tinha mantido o veto de distribuição dos imunizantes para a capital. 

Amazonas segue com drama

Para desafogar os hospitais, a vacinação contra coronavírus é a única solução. Só que a judicialização da campanha impede a imunização até mesmo dos grupos prioritários. Falta transparência na vacinação dos profissionais de saúde.

Enquanto a vacinação em massa não chega, a nova variante do vírus tem se espalhado rapidamente pelo Amazonas. Oito em cada dez casos são provocados pela nova cepa do coronavírus.

O número de mortes também disparou. Foram 139 nos últimos sete dias, recorde desde o começo da pandemia. A média dos óbitos em janeiro dobrou na comparação com o primeiro pico da doença, em maio do ano passado (69 mortes por semana). A letalidade da Covid no Amazonas também assusta comparado a média brasileira. Três vítimas a cada 100 mil habitantes. Já no Estado, são quase 23 óbitos.

Não bastasse a nova variante do coronavírus, a falta de oxigênio agrava a crise do sistema de saúde e faz novas vítimas pelo estado.

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