Multas ambientais poderiam pagar por fiscalização na Amazônia

De acordo com Mourão, Brasil aplicou R$ 3,5 bilhões em multas e gastou R$ 400 milhões em operações de fiscalização

Da redação com BandNews TV

As multas por infrações ambientais em 2020 sozinhas poderiam ter pagado pelas ações de fiscalização na Amazônia Legal. As informações são do vice-presidente Hamilton Mourão em entrevista à BandNews TV.

Mourão afirmou que desde maio de 2020 foram aplicadas multas que somam R$ 3,5 bilhões. Ele disse que a operação com ajuda das Forças Armadas custou por volta de R$ 400 milhões.

"A operação custou em torno de 400 e poucos milhões de reais. É óbvio que essa questão das multas a gente coloca muito claramente. Foram aplicados R$ 3,5 bilhões em multas, só que aí o multado entra na Justiça, recorre, então não é aquilo ali, foi multado e pagou no dia seguinte. É igual imposto que a turma fica devendo e leva 10 anos para pagar. Esse é um problema que nós temos e precisamos resolver, buscar uma solução para as multas não se arrastarem no tempo", afirmou o vice-presidente.

Esse é um problema que nós temos e precisamos resolver, buscar uma solução para as multas não se arrastarem no tempo

Bolsonaro sempre foi muito crítico às multas e ele mesmo chegou a ser penalizado por pesca ilegal antes de ser presidente.

Cúpula do clima

Durante o discurso na Cúpula do Clima, Bolsonaro fez um apelo por ajuda financeira para combater o desmatamento na Amazônia.

Para Mourão, o encontro virtual teve uma função muito mais diplomática de colocar os Estados Unidos de volta como um player importante do meio ambiente, depois que Trump retirou o país do Acordo de Paris.

O general, entretanto, é cético quanto aos efeitos práticos. Ele diz que os países ricos têm muita dificuldade em cumprir as metas prometidas.

Fundo Amazônia e novos concursos

Mourão disse que o Brasil enfrenta muitos entraves no combate ao desmatamento e que pandemia dificultou essas ações. Ele lembrou que o uso de recursos das Forças Armadas, como o transporte de cilindros de oxigênio, acabaram limitando a operação.

Ele acredita que quando o país mostrar resultados na diminuição no desmate e nas queimadas, o Fundo Amazônia pode ser destravado. O Fundo era uma contribuição de nações estrangeiras para o controle de desmatamento. Esse dinheiro está travado desde o início da gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente.

O vice-presidente ainda vê a falta de fiscais como um problema a ser atacado. Ele afirma que Ibama e ICMBio estão muito desfalcados e só um grande concurso público direcionado a fiscais e funcionários públicos poderia aplacar esse desfalque.

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