Depois de elogiar a cidade, o presidente Jair Bolsonaro visitou Chapecó (SC) nesta quarta-feira. “Eu quero que Chapecó seja uma cidade para ser olhada pelos demais 5.700 prefeitos(…) Temos que estudar Chapecó, temos que ver as medidas tomadas pelo prefeito”, afirmou durante discurso.
A cidade catarinense teve nos 3 meses de 2021 quatro vezes mais mortes por Covid-19 do que em todo o ano passado. Chapecó também decretou em fevereiro toque de recolher e fechamento de serviços não essenciais, praças e parques por 14 dias para conter o avanço do vírus.
Não vai ter lockdown nacional
Em sua fala, Bolsonaro voltou a atacar as medidas restritivas e foi categórico ao dizer que “não vai ter lockdown nacional”. Ele ainda falou sobre o tratamento com remédios sem comprovação científica: “Olha a questão do off-label, fora da bula. É um direito, é um dever do médico. Ele tem que buscar uma alternativa, ou até mesmo, se o paciente tem uma doença e não tem aquele remédio específico, comprovado cientificamente, ele tem que buscar uma outra alternativa”.
A simpatia do presidente pela cidade começou depois que o prefeito João Rodrigues (PSD) defendeu o tratamento precoce. Além das restrições de circulação de pessoas, criar mais leitos e aumentar a testagem de Covid-19, Chapecó criou um ambulatório que permite que o médico receite os remédios sem comprovação científica.
Segundo dados da própria prefeitura, os Leitos de UTI seguem 100% ocupados, mas Rodrigues diz que a pandemia está controlada na cidade.
Colapso e risco sanitário global
O Brasil vive seu pior momento da pandemia, com hospitais lotados, e ultrapassou pela primeira vez nesta terça-feira (06) a casa dos 4 mil mortos por Covid-19 em um único dia.
O país já é tratado como um risco sanitário global. Em entrevista à BBC Brasil, o consultor da Casa Branca e um dos principais infectologistas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, fez um alerta sobre a situação da pandemia no Brasil. Para ele, um lockdown nacional não deveria ser descartado.