Navios de guerra russos entram no porto de Havana, em Cuba

Frota, que inclui submarino nuclear, chegou à ilha comunista antes do início de exercícios militares no Caribe. Segundo os EUA, embarcações devem permanecer na região pelos próximos meses.

Por Deutsche Welle

Navios da marinha russa entraram no porto cubano de Havana – distante cerca de 145 quilômetros do estado americano da Flórida – nesta quarta-feira (12/06), antes dos exercícios militares que Moscou irá realizar no Mar do Caribe.

Embora tanto os Estados Unidos quanto Cuba tenham dito que os navios não são uma ameaça, a chegada das embarcações é vista como uma demonstração de força russa em meio às tensões elevadas devido à guerra na Ucrânia.

Submarino nuclear

Os primeiros navios a chegar foram o Akademik Pashin, que transporta combustível, e um rebocador, o Nikolay Chiker, seguidos da fragata Admiral Gorshkov.

O submarino nuclear Kazan, que segundo Cuba e EUA não carrega armas nucleares, esperava na costa.

Antes de chegar a Cuba, as quatro embarcações haviam realizado treinos de com "armas de mísseis de alta precisão" no Atlântico, informou o ministério russo da Defesa.

Segundo autoridades americanas, os navios devem permanecer na região pelos próximos meses. À agência de notícias Associated Press, uma delas disse que a movimentação russa "não representa uma ameaça direta aos Estados Unidos".

Conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan disse não haver evidências de que a Rússia esteja transferindo mísseis para Cuba, mas que Washington seguiria vigilante.

Um sinal da Rússia para os EUA?

A Rússia é um aliado de longa data de Venezuela e Cuba, com quem os Estados Unidos não mantêm boas relações. Por isso, navios e aeronaves russos estão periodicamente no Caribe.

No entanto, essas movimentações mais recentes ocorrem menos de duas semanas após o presidente Joe Biden autorizar o uso de armas enviadas à Ucrânia para ataques em território russo que visem a proteção de Kharkiv.

Isso levou o presidente russo Vladimir Putin a sugerir que Moscou poderia usar "medidas assimétricas" para responder em outras partes do mundo.

A doutrina diplomática, militar e de defesa de Moscou dá importância à América Latina e ao Caribe, considerando a área como parte da esfera de influência dos EUA que pode ser usada como contrapeso às atividades de Washington na Europa.

A chegada dos navios militares russos ocorre em meio a uma das piores crises sociais e econômicas em Cuba das últimas décadas, com a ilha enfrentando falta de comida, medicamentos e combustível.

ra (AFP, AP, Reuters)

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