A informalidade foi uma das principais barreiras para a efetividade de medidas adotadas por governantes durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil, na opinião do diretor regional da Organização Internacional do Trabalho para a América Latina e o Caribe.
Em entrevista à BandNews FM, o economista Vinícius Pinheiro afirmou que há uma grande dificuldade em coordenar regras de confinamento voltadas ao mercado informal em um momento em que as famílias estão sem dinheiro para comprar comida, sintoma do que chama de "comorbidade social".
Por isso, segundo ele, investir na formalização é um dos meios mais eficazes de garantir uma retomada sustentável, aliada à formação profissional de qualidade, com foco nas mudanças tecnológicas que já são demandadas mundo afora.
O diretor regional da OIT avalia que o atual sistema educacional no Brasil está atrasado, preparando jovens para cargos que devem desaparecer do mercado nos próximos 20 anos, o que, segundo ele, é também improdutivo.
Vinícius Pinheiro lembra que, em 2020, 26 milhões de postos de trabalho foram extintos em toda a América Latina por causa dos efeitos da pandemia, além da extinção de quase três milhões de empresas.
Os relatórios elaborados pela Organização Internacional do Trabalho mostram que as mulheres e os jovens foram os mais afetados; a esses últimos, acrescenta-se a dificuldade também da finalização do ano letivo, interrompido pela pandemia.