Operação da polícia em favelas no Rio de Janeiro deixa 18 mortos

Ação conjunta no Complexo do Alemão foi iniciada para combater roubos de veículos, de cargas e a bancos

Marcus Sadok

Pelo menos 18 pessoas morreram durante uma operação da polícia em 11 favelas da zona norte do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (21). Houve tiroteio entre traficantes e forças de segurança. Entre as vítimas estão 16 suspeitos, uma moradora por bala perdida e um PM.

Entra elas, Letícia Marinho Sales, de 40 anos, foi baleada por policiais dentro do carro em que estava. Ela chegou a ser encaminhada a Unidade de Pronto Atendimento da região, mas não resistiu. 

Segundo familiares à ONG Voz da Comunidade, os tiros foram disparados propositalmente em direção ao carro. “Atiraram para matar, não foi bala perdida”, disse um familiar em entrevista. Letícia era moradora do Recreio dos Bandeirantes e estava na Rua Itararé, em direção à Penha, quando foi baleada. 

Testemunhas contaram que no momento em que o PM atirou havia no carro ao lado de Letícia uma policial civil, que colocou uma arma e um distintivo no teto do veículo para se identificar. 

De acordo com a polícia, a operação conjunta entre PM e Polícia Civil, na Zona Norte do Rio, foi iniciada para combater roubos de veículos, de cargas e a bancos. 

Ao longo da manhã, a escalada de violência resultou em mais mortes. Vídeos mostram rajadas de tiros em direção a helicópteros policiais. Além do PM que teria sido morto por traficantes, outro foi baleado no pé. Pelo menos dois suspeitos morreram. Há relatos de moradores baleados, mas os números ainda não foram confirmados. 

Passageiros de um ônibus tiveram de se jogar no piso para se proteger de balas perdidas. Escolas, postos de saúde e comércios foram fechados e o transporte público foi limitado na região. 

A ação policial conta com pelo menos dez blindados e um helicóptero, com 400 homens somente da PM.

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