‘Põe a mão no bolso e faz o cheque para ajudar a Amazônia’, diz Salles a artistas

Ministro do Meio Ambiente foi entrevistado com exclusividade na Rádio Bandeirantes na manhã desta sexta-feira (23)

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cobrou ajuda de países, empresas e artistas no combate ao desmatamento ilegal da Amazônia. Ele foi entrevistado com exclusividade na Rádio Bandeirantes, na manhã desta sexta-feira (23) e disse que o país “já fez muito e merece” apoio financeiro.

Segundo ele, se houvesse uma injeção de recursos fora o que o Orçamento já prevê, daria para antecipar o cumprimento da meta de acabar com a prática até 2030. “O Brasil merece apoio e já fez muito. Tem 84% da Amazônia preservada, 12% da água doce do planeta e 7,8 bilhões de toneladas de carbono já evitado, ou seja, tem argumento de sobra para que o Brasil recebe ajuda desde agora. Ajuda que venha de países, de empresas e pessoas físicas”, disse no Jornal Gente

“Aliás esse monte de artista que vive falando de questão ambiental põe a mão no bolso e faz o cheque para ajudar a Amazônia. Sai do campo do discurso e vem para prática. Se fizerem isso nós vamos ter condições de antecipar, e muito, essa projeção e compromisso de 2030 do desmatamento ilegal”, enfatizou Salles.

Na avaliação de Ricardo Salles, as críticas ao Brasil são injustas, já que os países ricos sempre causaram muito danos ao meio ambiente.

“Nós não podemos ser o país que desde lá de trás do Protocolo de Kyoto e Acordo de Paris faz todos os gestos, todas as ações e nunca recebe o dinheiro, nós precisamos ter essa compensação. Afinal de contas quem degradou o meio-ambiente, sob a ótica de emissões climáticas, foram os ricos. Quando lá já tinha indústria e uma série de coisas emitindo gases de efeito estufa decorrente da queima de combustíveis fosseis o Brasil era um país agrícola”, afirmou. 

O ministro ainda disse: “Nós temos menos de 1% da responsabilidade histórica. Mesmo hoje, a China é 30%, Estados Unidos é 15%, Europa é 14%, Índia é 7%, a Rússia é 5% e quanto é o Brasil? É 3%. Nós não somos os vilões das emissões e não podemos dividir essa conta como se tivéssemos compartilhado dessa degradação que eles fizeram”. 

A expectativa do Brasil é receber 1 bilhão de dólares em ajuda externa no curto prazo. Na Cúpula do Clima, além de acabar com o desmatamento ilegal até 2030, o país também se comprometeu a reduzir emissões e buscar a neutralidade climática até 2050.

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