Notícias

Polícia prende acusados de lavar R$ 50 milhões para o tráfico no Rio com cooperativa

Os envolvidos no esquema usavam empresas que possuem contrato com a Comlurb para realizar o crime

Marcus Sadok e Yasmin Bachour, da BandNews FM e Jornal da Band

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu duas pessoas e cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários acusados de lavar R$ 50 milhões, em três anos, para o tráfico de drogas nas favelas do Complexo do Caju, na zona norte e na Região Portuária. 

A Operação Katharsis mira empresas que tem contrato com a Comlurb, companhia municipal de limpeza urbana da cidade do Rio. Para a Polícia, traficantes interferem em cooperativas e na Comlurb.

Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça mostram como o tráfico dominava o serviço de limpeza urbana da região. Em outra conversa, investigados falam sobre a compra de um imóvel de quase R$ 800 mil, à vista.

Segundo as investigações, a empresa Transformando recebeu dos traficantes pelo menos R$ 18 milhões. Os valores circulavam nas contas pessoais de Francisca Erica Abreu Carlos, presidente da cooperativa de reciclagem, Valdir Marques da Silva Filho, tesoureiro da cooperativa e Paulo Sérgio da Silva que, apesar de não possuir qualquer vínculo com a empresa, movimentou em sua conta pessoal R$ 4 milhões.
 

Francisca declarou R$ 2.800 no Imposto de Renda, mas movimentou R$ 24 milhões. Já Waldir recebeu auxílio emergencial do governo federal mas movimentou R$ 4,5 milhões.

A Polícia também encontrou transferências bancárias para familiares de chefes do tráfico de drogas. Por exemplo, para uma das filhas de Edmilson Ferreira dos Santos, conhecido como Sassá, Coroa ou Samuca da Vila dos Pinheiros. 

Ele é apontado pelos investigadores como um dos maiores traficantes de drogas do Estado. Atualmente Edmilson cumpre pena na Penitenciária Federal de Mossoró/RN. Para o traficante Paulo César de Andrade Lima, o "Motoca", foram R$ 100 mil transferidos, de acordo com a Polícia Civil.

Luis Alberto Santos de Mouro, conhecido como Bob de Caju, é o chefe da organização criminosa, segundo as investigações. Ele está preso em Bangu.

Na operação, foram apreendidos R$ 60 mil em dinheiro vivo, dois carros, e uma moto de luxo.

A BandNews FM aguarda um posicionamento da Comlurb, e tenta contato com os citados na reportagem.

Tópicos relacionados

  • Segurança Pública
  • Brasil

Mais notícias

Carregar mais