Polícia faz buscas na casa onde família ficou em cárcere de privado por 17 anos

Mulher e dois filhos ficaram reféns em casa em Guaratiba, na zona oeste do Rio. Marido está preso

Por Christiano Pinho

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil fazem neste sábado (30) buscas na casa em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde uma mulher e dois filhos foram mantidos em cárcere privado por 17 anos.

Os oficiais apuram a denúncia feita por vizinhos de que há restos mortais de uma criança no quintal e que seria de um terceiro filho do casal. Cães farejadores são usados nas buscas. 

“Hoje nós estamos realizando essa diligência de busca, juntamente com o corpo de bombeiros por dois motivos: nós recebemos uma denúncia de que teria um terceiro filho que teria morrido de desnutrição e que teria sido enterrado no interior da residência. Nós já tínhamos pedido uma perícia de local na quinta, dia da prisão, mas não tínhamos tido acesso a uma parte da residência porque tem um foco muito grande de abelhas, mas hoje com o auxílio do corpo de bombeiros conseguimos fazer essa busca” disse a delegada Cristiane Carvalho, responsável pelo caso.

Luiz Antônio Santos Silva, marido e pai da vítimas, está preso por cárcere privado, tortura e maus tratos. O caso veio à tona na última quinta-feira (28).

A mulher e os filhos, de 19 e 22 anos, receberam alta nesta sexta-feira (29) e estão na casa de um parente.

A família foi encontrada na Rua Leonel Rocha depois de uma denúncia anônima e o suspeito foi preso em flagrante e levado para a delegacia.

"O marido mantinha a esposa e esses dois jovens como reféns. Quando eu cheguei, eu vi o aspecto de sujo, subnutridos, tanto da senhora, quanto dos jovens. Os dois jovens têm deficiência intelectual e estavam muito agitados, numa clara situação de maus tratos", afirmou Capitão William, chefe do 7° Batalhão da Polícia Militar

As vítimas estavam muito debilitadas e em estado de desnutrição e precisaram ser levadas para o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Em nota, o hospital afirmou que os três pacientes apresentam um quadro de desidratação e desnutrição, mas já tiveram o estado de saúde estabilizado.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação do caso segue em andamento e o criminoso vai responder pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos.

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